FIGURA: Diego Lopes
«Alô D10S, és tu?» Permitam-nos este pequeno exagero: o dez do Rio Ave fez um golo à Maradona e acabou com a resistência do tabuleiro axadrezado. Obiora e Ricardo Costa ficaram desorientados, foram ultrapassados, Diego (lá está, mais um ponto em comum) encheu o pé e fuzilou Helton Leite. Pouco depois, o pequeno brasileiro voltou a deixar Obiora para trás e ofereceu o 2-0 a Obiora. Chega?

MOMENTO: minuto 40, o Diego dos Arcos
Já perceberam no texto anterior que este jogo ficou marcado pelo golão de Diego Lopes. Não é tão habitual assim ver momentos destes nos relvados portugueses. Momento do jogo, claro.

NEGATIVO: primeira parte do Boavista
Todo o jogo axadrezado foi sofrível, mas até ao intervalo… é difícil encontrar o adjetivo certo, tratando-se de um emblema histórico e de uma equipa profissional. Sem bola, sem ideias, sem qualidade e sem defender bem. Terrível.

Outros destaques:

Mehdi Taremi

Já leva nove golos esta época e perdeu vários jogos por lesão. O avançado do Rio Ave tem nível para «clube grande». Alto, rápido, tecnicamente bom e com uma capacidade de remate rara. O golo marcado é um perfeito exemplo disto: bomba no coração da área, sem hipóteses para Helton Leite.

Borevkovic
É estranho, mas o central do Rio Ave aparece aqui pela segurança e qualidade que deu à equipa com bola. Essencial na primeira fase de construção, a entregar bem, ao perto e ao longe. Grande à vontade com a bola, uma condição essencial para jogar neste Rio Ave de Carlos Carvalhal.

Matheus Reis
Bom jogo do lateral esquerdo, a carregar sobre o lado direito da defesa do Boavista desde o início. Às vezes exagera no drible e nem sempre em zonas recomendáveis do campo. Quando joga com lucidez, muito bem, é capaz de ser influente e decidir com qualidade. Nota alta.

Neris
O único do Boavista com uma exibição sólida do princípio ao fim. Pelo ar ganhou tudo o que era possível; pelo chão foi capaz de ir parando Taremi e o diabo Diego Lopes. Não foi por ele que o Boavista caiu nos Arcos.

Alberto Bueno
Surge nestes destaques por ser o reflexo da exibição axadrezada: não tocou na bola até ao intervalo, passe o exagero, por estar entalado entre o meio-campo e a defesa rioavista. A bola nunca entrou no seu espaço. No segundo tempo quis aparecer, mas foi obrigado a baixar muito e a partir várias vezes de zonas próximas aos seus centrais. Tem qualidade para muito mais.