A FIGURA: Diogo Jota

Havia dúvidas de que o profissionalismo se sobrepõe a tudo no futebol de hoje? Diogo Jota pode não ter nascido dragão de berço, mas em campo ninguém notou. Nem foi só pelo golo que marcou, pleno de ratice, mas pelo muito que já tinha feito antes. Nuno mudou ligeiramente o esquema, afastando-o mais de André Silva para cair sobre a esquerda do ataque. Mas esse foi só o ponto de partida pois o português não teve poiso fixo. Inúmeras diagonais, arrancadas a criar desequilíbrio e assistências à procura da sorte. Diogo Jota foi tudo isso. E foi o golo, claro, que, no final, ainda é o que conta.

Oliver Torres

Que classe. Depois de uma noite menos inspirada frente ao Club Brugge, o espanhol voltou às grandes exibições. Com Otávio mais por perto, ocupou com mestria o espaço mais à esquerda do miolo portista e foram dele que saíram alguns dos principais lances ofensivos da equipa. O passe que isola Corona, ao minuto 24, é sublime. Com a raça que, também, o caracteriza foi uma importante ajuda, ainda, na hora de defender.

Otávio

Melhor na primeira parte do que na segunda, jogou como um verdadeiro número 10. Nuno tirou-o do flanco, entregando-o a Diogo Jota, e colocou Otávio pelo centro, talvez para explorar a falta de ritmo de Samaris. O brasileiro pegou na batuta e foi construindo. É muito difícil tirar-lhe a bola e voltou a prova-lo em vários lances em que parecia abusar do drible mas dos quais conseguia sair-se bem. Caiu de rendimento na segunda parte e até se estranhou que tenha acabado o jogo. Nuno não quis abdicar da magia e do controlo de bola do brasileiro. Os artistas são assim: quando menos se espera, tiram um coelho da cartola. Otávio, cumprindo, ficou a dever essa.

Corona

Ao contrário de Otávio, foi do menos ao mais. O início foi mau, com várias decisões erradas, e dois lances de golo desperdiçados face a Ederson. Mas não desanimou. Entrou bem melhor na segunda parte, iniciou o lance do golo com uma arrancada das suas, da direita para o centro, e um opasse a rasgar para Diogo Jota decidir o jogo. Saiu quando estava melhor no jogo e se sentia que podia fazer mossa da defesa encarnada.

Marcano

A atuação de Marcano (e Felipe também esteve em muito bom plano pese o lance em que quase fez autogolo) avalia-se facilmente: qualquer semelhante com outras noites é coincidência. Está diferente para melhor. Muito melhor.

Herrera

Entrou para ficar ligado ao jogo pelo erro que resultou no canto que deu o golo. Asneira no lance, azar no aproveitamento que o Benfica teve do mesmo. Se já não é dos jogadores preferidos dos adeptos, noites como esta não o vão ajudar.