O governo português assegurou esta segunda-feira que irá dar «os passos certos e seguros» para ultrapassar a suspensão com «efeitos imediatos» decretada pela Agência Mundial Antidoping (AMA) do laboratório de Lisboa, proibindo-o de realizar qualquer análise de urina e sangue.

«Face ao constante desinvestimento do passado, importa que sejam dados os passos certos e seguros para resolver uma situação que é grave e urgente. Assim, estão a ser tomadas as medidas que se impõem para – envolvendo e responsabilizando os agentes públicos da área – recuperar essa acreditação no mais breve período de tempo possível», pode ler-se em comunicado do Governo.

O assunto foi debatido esta segunda-feira numa reunião entre o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, e os responsáveis da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) e do Laboratório de Análises de Dopagem (LAD).

A AMA suspendeu, no final da semana passada, a acreditação do laboratório de Lisboa, proibindo-o de realizar qualquer análise de urina e sangue. A suspensão proíbe o laboratório de realizar quaisquer atividades antidoping relacionadas com a AMA, incluindo todas as análises de amostras de urina e sangue, esclarece a AMA, contudo sem especificar os motivos da sua deliberação.

«Desde esse momento, todos os dias contam para, num processo que será devidamente conduzido, recuperar um dos mais reputados laboratórios antidoping à escala internacional. Esta suspensão resulta de um conjunto de deficiências repetidamente apontadas pela AMA no último ano», pode ler-se em comunicado do executivo.

A falta de independência do laboratório, os atrasos dos resultados dos relatórios e falhas na aplicação de métodos obrigatórios para deteção de substâncias foram alguns dos problemas apontados pela AMA e que já tinham sido comunicados ao ADoP.