São meia centena de jogadores a rodar em clubes portugueses ou no estrangeiro. Com a época a terminar, é tempo de olhar para o que fizeram os emprestados dos três ‘grandes’. Há destaques evidentes, com diferentes perspetivas quanto ao futuro. Há também vários jogadores que ficaram aquém das expectativas e outros que permanecem quase anónimos, mesmo para os adeptos mais atentos.

O Sporting é nesta altura o clube com mais jogadores emprestados, seguido do Benfica, ambos com larga distância sobre o FC Porto. Um a um, o Maisfutebol olha para o que fizeram, quando se aproxima a altura das decisões para os clubes que detêm o passe de cada um destes jogadores.

FC Porto

(9 jogadores)

Numa temporada em que apostou como há muito não se via nos jogadores da casa, o novo campeão nacional teve um contingente relativamente curto de jogadores cedidos. Um caso à parte é Sérgio Oliveira. Cedido em janeiro à Roma de José Mourinho, o médio causou impacto imediato e passou a ser parte integrante da equipa também na caminhada até à final da Conference League, que lhe pode valer um título europeu. O contrato de empréstimo prevê uma opção de compra que será provavelmente acionada pelo clube italiano.

Entre os jogadores que ganharam espaço e tempo de jogo com a cedência estão também Mamadou Loum, o médio que em fevereiro venceu a CAN com o Senegal e que se impôs no Alavés, numa temporada que terminou no entanto com a descida de divisão. Ou ainda Carraça, o polivalente jogador que terminou entre os mais utilizados no Belenenses SAD, apesar de esse impacto ficar marcado pelo desfecho negativo da época.

Dos jogadores cedidos pelo FC Porto Diogo Leite está entre os que somaram mais minutos ao longo da época, mas o central de 23 anos perdeu espaço na defesa do Sp. Braga na reta final e termina a temporada em baixa.

Dececionante foi a passagem de Romário Baró pelo Estoril, sobretudo depois das expectativas criadas no Dragão em torno de um dos campeões da Youth League em 2019. Fez 15 jogos na Liga, apenas dois deles a titular.

Jogadores cedidos em Portugal:

Diogo Leite (Sp. Braga): 34 jogos/2705 minutos

Carraça (Belenenses SAD): 29 jogos/2545

Nakajima (Portimonense): 25 jogos/1982 minutos/2 golos

Romário Baró (Estoril): 17 jogos/481 minutos

Rodrigo Conceição (Moreirense): 14 jogos/432 minutos

No estrangeiro:

Mamadou Loum (Alavés): 31 jogos/2225 minutos/2 golos

João Pedro (Corinthians): 5 jogos/303 minutos*

Sérgio Oliveira (Roma): 20 jogos/1295 minutos/3 golos*

Nanu (FC Dallas): 10 jogos/486 minutos*

*Dados relativos apenas a 2022
 

Sporting

(23 jogadores)

Muitos excedentários em Alvalade, com mais de duas dezenas de jogadores emprestados ao longo da época. Há o caso evidente de sucesso de Nuno Mendes, ainda que o lateral cedido ao PSG, que terminou a época campeão e no onze ideal da Ligue 1, esteja próximo da saída definitiva, com o clube francês a acionar a cláusula de compra. Com um extenso leque de avançados entre os jogadores cedidos, o Sporting teve em Pedro Mendes um dos grandes destaques. O jovem de 22 anos foi uma das principais referências do Rio Ave, campeão da II Liga e de regresso ao principal escalão, uma época ganha depois da passagem menos bem sucedida pelo Almeria no ano passado.

Também Sporar teve uma época produtiva em Inglaterra, com 37 jogos e 8 golos marcados na campanha do Middlesbrough no Championship, que não deu no entanto para chegar ao play-off de subida, uma das condições que acionaria a opção de compra do esloveno.

Outro avançado que agarrou claramente a oportunidade foi Tiago Tomás, protagonista de uma segunda metade da época que terminou com o Estugarda a garantir a manutenção na Bundesliga. Mas o jogador português foi cedido por ano e meio, pelo que deverá começar a próxima época de novo na Alemanha. Em situação idêntica está Joelson Fernandes, com mais um ano de empréstimo no Basileia.

Entre os jogadores emprestados que aproveitaram a oportunidade está Geny Catamo. O extremo moçambicano cresceu na segunda metade da época em Guimarães e Rúben Amorim já o incluiu nas contas para a próxima época. Também de olho num regresso a Alvalade está o defesa Eduardo Quaresma, que ganhou regularidade e consistência no Tondela onde, apesar da descida, ainda vai tentar vencer a Taça de Portugal.

Pela negativa, Tiago Ilori teve uma época pouco produtiva no Boavista. De resto, entre as muitas opções ofensivas dos quadros dos leões, que incluem nomes como Rafael Camacho, Pedro Marques, Luis Phellype ou Gonzalo Plata, a mudança menos bem sucedida foi a de Jovane Cabral, que saiu em janeiro para a Lazio mas tudo somados jogou pouco mais de uma centena de minutos pelo clube italiano.

Jogadores cedidos em Portugal:

Pedro Mendes (Rio Ave): 42 jogos/3052 minutos/10 golos

Eduardo Quaresma (Tondela): 29 jogos/1816 minutos/2 golos

Rafael Camacho (Belenenses SAD): 17 jogos/912 minutos

Pedro Marques (Famalicão): 14 jogos/415 minutos/2 golos

Tiago Ilori (Boavista): 12 jogos/619 minutos/1 golo

Luiz Phellype (Santa Clara e OFI Creta): 12J/495M/1G; 13J/895m/8G

Bruno Paz (Farense): 27 jogos; 1740 minutos/3 golos

Rodrigo Rêgo (Varzim): 19 jogos/1558 minutos/1 golo

Bruno Tavares (Varzim): 18 jogos/522 minutos

Filipe Chaby (Nacional): 12 jogos/268 minutos; 1 golo

Anthony Walker (Barreirense): 6 jogos/540 minutos

No estrangeiro:

Nuno Mendes (PSG): 37 jogos/2406 minutos

Sporar (Middlesbrough): 37 jogos/2568 minutos/8 golos

Rodrigo Battaglia (Maiorca): 30 jogos/1330 minutos

Gonzalo Plata (Valladolid): 29 jogos/1770 minutos/5 golos

Eduardo Henrique (Al Raed): 26 jogos/2235 minutos

Idrissa Doumbia (Zulte Waregem): 21 jogos/1336 minutos

Joelson Fernandes (Basileia): 21 jogos/370 minutos

Marco Túlio (CSA): 21 jogos/1316 minutos/5 golos

Carlos Jatobá (Santo André): 13 jogos/498 minutos/1 golo

Tiago Tomás (Estugarda): 14 jogos/1133 minutos/4 golos*

Jovane Cabral (Lazio): 3 jogos/124 minutos*

Geny Catamo (V. Guimarães): 10 jogos/222 minutos*

*Dados relativos apenas a 2022

Benfica

(19 jogadores)

Quase duas dezenas de jogadores cedidos, a maior parte deles fora de Portugal e com um caso de sucesso evidente. Com 40 jogos e 13 golos marcados, Jota conquistou os adeptos do Celtic. Foi figura na conquista do título escocês, várias vezes escolhido como jogador do mês no campeonato e eleito para o onze ideal da competição.

Quem fez também aproveitou em pleno a oportunidade de ganhar tempo de jogo e rodagem foi Nuno Santos, um dos pilares da temporada tranquila do Paços de Ferreira. Entre os jogadores cedidos em Portugal, Tiago Dantas foi dos mais utilizados, mas a época do médio que passou do Bayern Munique para Tondela foi irregular. Depois da descida de divisão, ainda há a final da Taça de Portugal, onde Tiago Dantas marcou três golos, para fechar as contas.  

Carlos Vinicius é outro caso à parte. O avançado que fez 36 jogos e marcou sete golos e se lesionou no final da temporada com a camisola do PSV de Roger Schmidt, o novo treinador do Benfica, foi cedido por duas épocas com opção obrigatória de compra, pelo que não voltará à Luz. O mesmo deverá acontecer com Pedro Pereira, que tem sido presença regular num Monza a procurar subir à Serie A. De saída está mesmo Gedson Fernandes, nesta altura cedido ao Rizespor até final da temporada, antes de reforçar o Besiktas em definitivo.

Apagada tem sido a passagem de Pizzi pelo Basaksehir. Depois de se estrear com golo, o internacional português foi perdendo espaço e não saiu do banco na reta final do campeonato turco. Ainda na Turquia, Chiquinho recuperou alguma regularidade no segundo empréstimo da temporada, depois de uma passagem dececionante por Braga.

Jogadores cedidos em Portugal:

Nuno Santos (Paços Ferreira): 38 jogos/2691 minutos/6 golos

Tiago Dantas (Tondela): 33 jogos/1704 minutos/4 golos

Vukotic (Boavista): 23 jogos/955 minutos

Tiago Araújo (Arouca): 16 jogos/536 minutos

João Ferreira (V. Guimarães): 16 jogos/1170 minutos

No estrangeiro:

Jota (Celtic): 40 jogos/3081 minutos; 13 golos

Carlos Vinícius (PSV): 36 jogos/1508 minutos; 7 golos

Pedro Pereira (Monza): 34 jogos/2333 minutos

Gabriel (Al Gharafa): 31 jogos/2734 minutos; 7 golos

Tomás Tavares (Basileia): 28 jogos/1958 minutos; 1 golo

Florentino Luís (Getafe): 24 jogos/1166 minutos

Ebuehi (Veneza): 20 jogos/1261 minutos

Chiquinho (Sp. Braga e Giresunspor): 15J/486M; 13J/1149M/4G

Conti (América Mineiro): 17 jogos/1150 minutos/1 golo

Yony González (Deportivo Cali): 12 jogos/706 minutos/2 golos

Vasco Paciência (Grasshoppers): -

Ferro (Hadjuk Split): 12 jogos/1005 minutos/1 golo*

Gedson Fernandes (Caykur Rizespor): 11 jogos; 890 minutos; 3 golos*

Pizzi (Basaksehir): 10 jogos/256 minutos/1 golo*

*Dados relativos apenas a 2022