O Tondela garantiu este domingo a manutenção na I Liga ao receber e bater o Desportivo de Chaves, por 5-2, num jogo verdadeiramente eletrizante e que ditou a descida dos transmontanos à II Liga, após duas épocas no principal escalão.

Com as duas equipas empatadas a 32 pontos à entrada para a 34.ª e última jornada, o Tondela sabia que só com uma vitória podia alcançar a permanência e a equipa de Pepa entrou a todo o gás, com três golos no espaço de 16 minutos.

O primeiro chegou aos quatro, na sequência de um canto cobrado por Xavier, na direita, com Ícaro a cabecear no coração da área para inaugurar o marcador e causar a primeira explosão de alegria na maioria dos adeptos nas bancadas do Estádio João Cardoso. Com os locais em vantagem, era o Desp. Chaves a ter de correr atrás do resultado, mas o Tondela tratou de complicar ainda mais a vida aos flavienses com o segundo golo, apontado por João Pedro (8’). Xavier tirou um cruzamento da esquerda, Jefferson afastou a bola e João Pedro apareceu à entrada da área e rematou cruzado e rasteiro, de pé esquerdo, para o fundo das redes.

Completamente atordoados pelo ‘terramoto’ tondelense nos instantes iniciais, os homens de José Mota ficaram em piores lençóis quando o Tondela fez o 3-0, ao minuto 16. Tomané ganhou uma bola aérea a meio campo, Maras escorregou e estendeu a passadeira a Jhon Murillo que, em velocidade, se isolou na cara de Ricardo e picou a bola por cima do guardião.

Tondela-Desp. Chaves: os destaques da permanência beirã na Liga

Era um início de jogo de sonho para os beirões e de autêntico pesadelo para os transmontanos, que ficavam a precisar de três golos para sobreviver. José Mota apressou-se a mexer na equipa, retirou o médio Felipe Melo para fazer entrar o avançado Platiny. Mas o cenário ficou ainda mais negro para os forasteiros aos 28 minutos. Após boa combinação com Tomané, no interior da área do Chaves, Juan Delgado rematou certeiro e fez o 4-0 a favor do Tondela.

Chaves reagiu e ainda acreditou

Agudizava-se o pesadelo para o Chaves, que necessitava agora de quatro golos – sem sofrer nenhum – para continuar na I Liga, em contraste com a euforia tondelense que começava a tomar conta das bancadas do Estádio João Cardoso.

Juan Delgado teve nos pés duas boas oportunidades - praticamente consecutivas - para ampliar a diferença, mas não teve sucesso. O Chaves procurava um golo antes do intervalo que lhe permitisse sonhar com algo mais na segunda parte.

O filme do Tondela-Desp. Chaves

E, para quem pedia um golo, a ‘encomenda’ acabou por ser bem melhor, uma vez que a equipa de Trás-os-Montes conseguiu dois tentos antes do descanso. O primeiro surgiu na melhor jogada da equipa em toda a primeira parte, com Djavan a subir no terreno e a cruzar para Platiny, à boca da baliza, atirar a contar (38’). O segundo apareceu já em tempo de descontos e de bola parada. Ghazaryan cobrou uma falta a meio do meio campo, Jefferson penteou o esférico na zona do penálti e Maras, de cabeça, surgiu nas costas a desviar para o fundo das redes, para fazer o 4-2 e relançar ainda mais a partida e as contas da permanência para a segunda parte.

A precisar de mais dois golos para empatar o jogo e com isso ficar na I Liga, o Chaves regressou dos balneários a pressionar o Tondela e Platiny (58’) ficou muito perto do golo com um cabeceamento que passou por cima do ferro. Pouco depois (61’) foi William a ganhar espaço na área beirã e a rematar forte, mas Cláudio Ramos negou o golo ao avançado com uma enorme defesa.

Murillo desfez todas as dúvidas

O Tondela recuava no terreno e o Chaves continuava a pressionar e a chegar com perigo à baliza de Cláudio Ramos. Depois de um cabeceamento de Jefferson (63’) ao lado, foi Platiny (73’) a rematar forte, após canto, para mais uma grande intervenção do guarda-redes beirão.

Com tanta ‘fome’ para chegar ao golo, o Chaves deixava espaços abertos que o Tondela podia aproveitar para ‘matar’ de vez as contas da manutenção e foi precisamente o que aconteceu aos 77 minutos. Murillo começou a jogada, João Pedro serviu Pité e este cruzou para Murillo, de cabeça e ao segundo poste, bisar na partida e sentenciar de vez o encontro e quarta manutenção consecutiva do Tondela no principal escalão do futebol português.