O atual Estádio José Alvalade custou mais 80 milhões de euros do que estava previsto inicialmente, de acordo com a auditoria à gestão do Grupo Sporting, a que a agência Lusa teve acesso.

O documento aponta, por isso, um desvio de 75 por cento no custo do recinto leonino, tendo em conta a estimativa inicial, de abril de 2000, que era de 106 milhões de euros. O custo final foi de 184 milhões de euros.

Refira-se, no entanto, que pelo meio, em fevereiro de 2002, foi feita uma nova estimativa, que apontava para os 138 milhões de euros. Nesta perspetiva o desvio seria de 30 por cento.

O documento refere ainda que o plano inicial era construir o novo estádio precisamente no mesmo local onde estava erguido o anterior, e que a mudança para uma localização ligeiramente ao lado foi «em manifesta contradição com o Plano Diretor Municipal», o que provocou «significativos atrasos na alienação de património com o consequente impacto financeiro negativo».

A auditoria refere ainda, de acordo com a agência Lusa, que o Sporting «tinha um património imobiliário de 55 milhões de euros e uma dívida bancária quase inexistente, e em meados de 2013 o património imobiliário era quase inexistente e a dívida bancária ascendia a 331 milhões de euros».

São identificadas receitas de negócios imobiliários que ascendem a 174 milhões de euros, entre 1995 e 2013 (o período auditado), mas que isso não terá sido canalizado para reduzir o passivo do Grupo Sporting, pois essas receitas terão sido «canalizadas para a equipa de futebol, tendo sido investidos, naquele período, 261 milhões de euros».

No último dia de 1994 a dívida seria de 564 mil euros, e a 30 de junho de 2013 ascendia a 283 milhões de euros.