Polémica, emoção e incerteza.

Os cerca de 1500 adeptos que estiveram esta tarde no Estádio António Coimbra da Mota não deram, de certeza, o seu tempo por mal empregue. É que o Estoril-Belenenses teve tudo isto… e mais.

Os dois clubes não vivem propriamente longe um do outro, mas nesta altura, é seguro dizê-lo, há um mundo de diferença a separá-los.

Os «canarinhos», a viverem um ano de regresso ao principal escalão do futebol, estão numa posição bastante confortável – agora ainda mais. Os azuis, por seu turno, vivem em agonia há vários meses e têm cada vez menos margem de manobra nesta luta pela permanência.

Mas já lá vamos.

A primeira parte conta-se em poucas palavras: o Estoril teve maior domínio e acabou premiado pela eficácia, com golos de Rosier – belo golo – e André Franco. Números talvez exagerados, mas que também castigavam uma clara incapacidade de o Belenenses ser produtivo ofensivamente.

A segunda parte foi o contraste.

Safira ressuscitou... até Sandro

O penálti de Safira, aos 64 minutos, ressuscitou os azuis e a partir daí a história foi outra.

Franclim Carvalho pôs a chamada «carne toda no assador» e foi recompensado. Os últimos 25 minutos foram de assalto à baliza de Dani Figueira, mas a fortuna foi protegendo a equipa de Bruno Pinheiro.

Danny Henriques falhou de baliza aberta, Safira acertou ao poste e antes a bola, e só nos descontos houve a tal recompensa. E não poderia ter saído do pé de herói mais improvável.

Sandro, esse mesmo, que chegou ao Jamor com um currículo notável, mas que tem sido uma figura completamente secundária nos azuis, encheu-se de fé e, de fora da área, resgatou um ponto de esperança para o Belenenses na batalha pela salvação. O Estoril, esse, deixou escapar uma preciosa oportunidade para ultrapassar três adversários de uma só vez e ascender ao sétimo lugar.

O festejo foi de raiva e de alguns excessos, o que provocou a revolta nas bancadas do António Coimbra da Mota.

Daí a polémica, a emoção e a incerteza.