O Estoril continua «doente» e nem o mini-estágio, realizado a meio da semana, no Algarve, trouxe quaisquer melhorias. Os canarinhos consentiram a sexta derrota consecutiva na Liga, no décimo jogo seguido a sofrer golos, e continuam em queda livre na classificação. O Chaves, esta noite a jogar de amarelo, tirou máximo proveito do adversário convalescente e, com uma exibição tranquila, regressa a Trás-os-Montes com mais três pontos conquistados com dois penáltis.

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O Estoril procurou entrar no jogo a todo o gás, procurando surpreender o adversário, com um jogo rápido, ao primeiro toque, mas chocou desde logo contra um Desportivo de Chaves extremamente bem organizado em campo que nem precisava de correr para recuperar a bola. Era o Estoril que ia lá à frente entregar a bola, de bandeja, ao adversário. Os transmontanos trabalhavam, depois, em terrenos recuados, atraíam os canarinhos e saíam disparados, em transições rápidas, quase sempre por Juninho.

Era mais do que evidente o estado de espírito das duas equipas em campo. Um Estoril sôfrego, a correr muito, mas a correr mal. Um Chaves muito mais tranquilo, a trocar bem a bola, a subir no terreno e a criar oportunidades na área de Dani Figueira. O Estoril bem tentava chegar rápido à frente, com Carlos Eduardo bem aberto na direita e Tiago Gouveia no lado contrário, mas o Chaves fechava bem os corredores e depois saía a jogar, de pé para pé, sem grande desgaste, mas a conseguir profundidade, com Juninho, Euller e Benny a descerem pelos três corredores.

Juninho teve uma oportunidade logo a abrir o jogo, João Mendes teve outra logo a seguir, num Chaves em crescendo, que ia pressionando cada vez mais alto. O Estoril parecia agora correr para trás e o Chaves cada vez tinha menos metros para percorrer. O rolo compressor foi ganhando metros e, à passagem da meia-hora, Pedro Álvaro, que já tinha cometido dois erros crassos, fez falta sobre Juninho. Na conversão do castigo máximo, o especialista Steven Vitória abriu o marcador, com um remate seco, a meia altura, sem hipóteses para o guarda-redes do Estoril.

Segunda parte foi fotocópia da primeira

Um golo que deixou o Estoril visivelmente abalado e o Chaves ainda mais confiante. Até ao intervalo, os transmontanos geriram a vantagem, anulando por completo o adversário e criando novas oportunidades, particularmente em bolas paradas. Ricardo Soares não podia estar satisfeito com o que estava a ver, mas a segunda parte não foi muito diferente, aliás, foi uma fotocópia da primeira.

O Estoril voltou entrar com o pé na acelerador, ainda fez tremer os transmontanos, mas por pouco tempo. A equipa de Vítor Campelos voltou a assentar o jogo, voltou a pressionar o Estoril e acabou por arrancar mais uma grande penalidade, desta vez com Joãozinho a derrubar Jô que tinha acabado de entrar no jogo. Desta vez foi o capitão João Teixeira, com classe, a converter o penálti em golo. Pelo meio, Joãozinho, que já tinha amarelo, protestou o penálti e acabou por ser expulso.

O Estoril tinha agora uma montanha ainda mais íngreme para subir, com a diferença do marcador mais dilatada e com menos um em campo. Ricardo Soares ainda mexeu na equipa, mas o Chaves estava cada vez mais tranquilo a gerir a vantagem diante de um adversário de cabeça perdida.

O Estoril ainda teve oportunidades para marcar, na ponta final do jogo, mas o Chaves, com mais ou menos dificuldades, anulou as investidas da equipa da casa.

O Estoril continua, assim, em queda livre na classificação, com seis derrotas consecutivas, enquanto o Chaves, com a segunda vitória seguida e com 32 pontos, está muito próximo de poder comemorar a continuidade no primeiro escalão.