O Moreirense pode ter comprometido este sábado a continuidade no primeiro escalão ao desperdiçar uma grande penalidade, em tempo de compensação, e ao sair derrota do Estoril. Um final de jogo com emoções ao rubro e que terminou com um enorme desalento da equipa de Moreira de Cónegos, com quase todos os jogadores a deixarem-se cair no relvado no final do jogo.

Duas equipas com estados de espírito bem distintos. De um lado, um Estoril, que já garantiu a continuidade na elite, descontraído e solto, a jogar o jogo pelo jogo, sem grande pressão. Do outro, um Moreirense, na penúltima posição, desesperado por pontuar no último jogo fora de casa. Dois estados de espíritos que se fizeram notar no relvado, logo nos primeiros instantes da partida. Um Moreirense balanceado para a frente e um Estoril à espera do erro do adversário.

Sá Pinto deixou o gigante Sori Mané entre linhas, à frente dos centrais, permitindo a subida dos laterais pelos corredores no apoio direto a Pedro Amador e Walterson que procuravam profundidade e, numa segunda fase, Rafael Martins na área. Bruno Pinheiro mudou os centrais, mas manteve a habitual estrutura, com Gamboa e Rosier a preencherem o miolo e a deixarem André Franco mais solto para a construção, com Mboula e Arthur a atacarem a linha de fundo.

Com um grande ambiente nas bancadas, num dia de verão, a equipa de Moreira de Cónegos entrou forte, mas teve de travar logo a seguir, face as transições rápidas do Estoril. Rafael Martins ainda teve uma oportunidade, com um remate na passada, mas saiu-lhe à figura de Thiago, sem grande perigo. O Estoril foi criando também oportunidades, quase sempre em lances de bola parada, mas também não incomodou muito Kewin.

Já perto do intervalo, o caso do jogo. Mboula empurrou Frimpong à entrada da área e Manuel Mota apontou de imediato para a marca dos onze metros para delírio dos muitos adeptos do Moreirense que estiveram na Amoreira. Rafael Martins chegou a posicionar-se na linha de tiro, mas o penálti foi revertido, uma vez que a falta tinha sido fora da área e o livre não resultou em qualquer oportunidade para os visitantes. O intervalo chegou logo a seguir.

Moreirense cai de joelhos nos descontos

O Moreirense precisava de fazer mais pela vida e procurou voltar a entrar forte no jogo, mas com o sol a bater forte na Amoreira, o jogo voltou a entrar rapidamente num ritmo sonolento. Sá Pinto procurou espevitar a sua equipa, primeiro com a entrada de Derik Lacerda e, pouco depois, face à lesão de Frimpong, recuou Pedro Amador para juntar André Luís a Rafael Martins na frente de ataque. Quando o Moreirense se preparava para lançar no ataque, o Estoril chegou ao golo. Recuperação de Rui Fonte em carrinho, com a bola a sobrar para André Franco que, com espaço, atirou colocadíssimo, fora do alcance de Kewin. Com um ponto, o Moreirense ainda podia ultrapassar o Tondela e chegar à zona de play-off, mas a derrota deixa a equipa ainda na zona de despromoção direta.

Sá Pinto não esperou muito mais e lançou de uma assentada Rodrigo Conceição, Ismael e Yan Matheus. Agora era o tudo ou nada. O jogo ficou mais duro, mas também mais aberto. Vital, com dois amarelos em poucos minutos, foi expulso e deixou o Estoril reduzido a dez. As oportunidades surgiam agora nas duas balizas, com o Moreirense a jogar mais com o coração do que com a cabeça.

Já sobre o minuto noventa, falta de Lucho sobre Rosic na área, confirmada depois de Manuel Mota rever as imagens, deu uma oportunidade flagrante para o Moreirense resgatar um ponto, mas Yan Matheus, na marca dos onze metros, acertou com estrondo no poste. Um lance que pode ditar o futuro a curto prazo da equipa de Moreira de Cónegos.

Desalento de um lado, alegria do outro. O Estoril, numa situação bem mais tranqulila, consegiu despedir-se dos seus adeptos com uma vitória, o que já não acontecia há seis jornadas.