O Vitória foi à Amoreira vencer o Estoril, num jogo superintenso, em que Safira voltou a ser o herói dos minhotos. Um triunfo, o segundo consecutivo, que permite à equipa de Moreno tirar máximo proveito do desaire do Casa Pia no Estádio da Luz e, desta forma, alcançar os gansos no quinto lugar da classificação, renovando a candidatura à Europa. A equipa de Nélson Veríssimo até ofereceu boa réplica, mas não conseguiu evitar a terceira derrota consecutiva, a sexta nos últimos sete jogos. Há crise no António Coimbra da Mota.

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Ao primeiro apito de Fábio Veríssimo, as duas equipas colocaram o pé no acelerador, para uma primeira parte disputada com forte intensidade, a toda a velocidade, num jogo aberto, com oportunidades nas duas balizas. Bastava olhar para a classificação para perceber o que movia os dois emblemas. O Estoril, que vinha de dois desaires longe de casa, tinha a oportunidade de saltar do fundo para o meio da classificação. O Vitória, por seu lado, depois da derrota do Casa Pia no Estádio da Luz, tinha a oportunidade de alcançar os gansos no quinto lugar.

Entraram melhor os minhotos, bem distribuídos no relvado, a imprimir velocidade ao jogo, com um bom toque de bola, com Safira, o herói do último jogo frente ao Chaves [marcou o golo da vitória nos descontos], a ser a principal referência do ataque, apoiado pela «família» dos Silvas, Jota, André e Tiago. Uma entrada fulgurante que surpreendeu o Estoril que teve, numa primeira fase, de encolher-se, para depois de assentar o seu jogo, responder também na mesma moeda, com transições rápidas.

André Silva já tinha colocado Dani Figueira à prova quando, aos 12 minutos, na sequência de um grande passe de Afonso Freitas, Safira destacou-se sobre a esquerda, tirou Bernardo Vital da frente, com o defesa do Estoril a escorregar, e depois bateu o guarda-redes do Estoril com um remate cruzado. A claque do Vitória ainda demorou um pouco a reagir ao golo que foi marcado ainda no período de protesto que as claques decretaram contra as restrições impostas à utilização de artefactos pirotécnicos, mas festejou logo a seguir.

O Estoril reagiu em força, aumentando ainda mais a velocidade do jogo, sobretudo pela esquerda, onde Joãozinho e Tiago Gouveia abriam caminho para a área de Bruno Varela. Agora era a vez do Vitória recuar em toda a linha para suster a reação dos canarinhos que estiveram perto do empate, com destaque para um remate cruzado de Tiago Gouveia, com Cassiano a chegar atrasado para a emenda.

O Vitória passou por momentos de sofrimento, mas voltou a equilibrar o jogo e até podia ter dilatado a vantagem antes do intervalo, em mais uma transição rápida, com André Silva a rematar para grande defesa de Dani Figueira.

A mesma intensidade, menos qualidade

Uma grande parte entre duas equipas a praticar um futebol extremamente positivo, muito aberto, boas combinações e muitas oportunidades, mas dificilmente o ritmo iria manter-se para a etapa complementar.

A verdade é que o jogo seguiu intenso, mas já sem a qualidade que as duas equipas tinham exibido na primeira parte. O Vitória jogava agora mais pelo seguro, sem arriscar muito no ataque e procurando manter a posse de bola. O Estoril fez o que lhe competia, continuou a pressionar à procura do empate, mas agora com menos espaço para acelerar o jogo. João Carvalho, com um remate à entrada da área, ainda fez tremer as bancadas, mas o jogo continuou a deteriorar-se em termos de qualidade.

As movimentações nos bancos também não proporcionaram grande mudanças, mesmo com Nélson Veríssimo a juntar João Carlos a Cassiano no ataque. O Estoril aumentou de facto a pressão, mas foi o Vitória que esteve mais perto de marcar numa oportunidade de Anderson Silva a dez minutos do final. As bancadas ainda suspiraram quando o Estoril, já em período de compensação, atirou à trave, mas o lance já tinha sido interrompido por Fábio Veríssimo.

O Vitória renova, assim, a sua candidatura à Europa, juntando-se ao Casa Pia no quinto lugar, enquanto o Estoril, depois de três derrotas consecutivas, sem marcar um único golo, começa a ficar numa situação muito complicada na luta contra a despromoção.