Figura: Fábio Vieira

Começam a faltar argumentos para elogiar o último mês do internacional sub-21 português. O jovem formado no Olival é cada vez mais influente na equipa do FC Porto e é dono e senhor de um talento imenso. Não precisava de o provar esta noite, mas fê-lo mais uma vez. Os mais talentosos fazem tudo com uma naturalidade que arrepia. Fábio Vieira viajou entre a direita e o corredor central e é verdade que tardou em aparecer no jogo. Mas apareceu, sublinhe-se, quando o FC Porto mais precisava. Imediatamente depois de sofrer o 0-2, o médio criativo reduziu com um remate de pé direito. Os azuis e brancos voltaram a agarrar-se à irreverência e ao talento de Fábio para chegar ao 2-2. 12.ª assistência na Liga, um registo notável.

Momento do jogo: Fábio Vieira entrega o presente (o campeonato?) de bandeja a Taremi, minuto 78

Com o resultado desfavorável pese jogasse com mais um jogador, o FC Porto corria contra o tempo. Aliás, os portistas pareciam estar menos confortáveis na partida em vantagem numérica. O talento de Fábio Vieira tudo mudou. O internacional sub-21 português ganhou metros pela esquerda e cruzou para a entrada de rompante de Taremi - bateu Feddal no ar - que fez o 2-2. Um empate que pode valer um campeonato. 

DESTAQUES DO SPORTING

Outros destaques:


Vitinha: começou a um nível alto assim como a restante equipa e assustou Adán ainda no primeiro minuto de jogo. Apesar de ter tido critério com bola, o jovem médio portista acabou por ser um pouco «engolido» pelo meio-campo do Sporting. Foi o primeiro jogador a ser sacrificado por Conceição pouco tempo após a expulsão de Coates. 

Taremi: o iraniano teve de dividir os espaços com Fábio Vieira. Quando esteve mais na esquerda do ataque, nem se deu pelo avançado persa. Taremi tem de jogar perto da área quer para assistir, quer para finalizar. Assim que voltou ao seu habitat natural, o atacante empatou a contenda num golpe de cabeça tremendo. 

Otávio: o internacional português é um jogador emocional. Gosta de sentir a adrenalina para ganhar mais duelos, refila para ser melhor que o adversário e, por incrível que pareça, consegue manter um certo discernimento que lhe permite encontrar invariavelmente melhor solução. Mais do que Vitinha e Uribe, o luso-brasileiro foi o jogador mais importante do FC Porto ora a pressionar, ora a abrir corredor para as subidas de João Mário, ora a jogar no corredor central. Com umas «pilhas» intermináveis, ligou o jogo ofensivo dos dragões – viu-se no passe sensacional para Evanilson que resultou na expulsão de Coates. Um dos melhores da noite.

João Mário: tal como Vitinha, viveu uma noite cinzenta. O lateral-direito podia ter feito mais no lance que originou o golo de Paulinho e depois, foi arrastado pela manobra ofensiva dos leões deixando uma vez mais Matheus Reis sozinho. Cresceu com o decorrer dos minutos, sobretudo a nível ofensivo, mas não foi feliz no capítulo do cruzamento.