João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, em declarações na sala de imprensa do estádio do Rio Ave, após o empate (2-2) frente aos vila-condenses, no fecho da Liga:

«Estou triste pela capacidade que mostrámos enquanto tivemos 11 contra 11. Fomos claramente superiores. Mesmo com menos um jogador, pontualmente fomos capazes de criar problemas ao Rio Ave e de ter oportunidades de golo.

A partir do momento da expulsão, o Rio Ave passa a ter um certo domínio do jogo consentido por nós. Abdicámos de pressionar em zonas adiantadas como fizemos quando estava 11 contra 11. Caso falhássemos essa pressão, teríamos muitos problemas. Até 30 minutos do fim, fomos superiores e apenas permitimos que o Rio Ave tivesse mais bola.

Nos minutos finais houve alguns problemas relacionados com fadiga. Mas se calhar o responsável sou eu porque a equipa continuou a querer marcar mais um golo. É assim que eu gosto e é assim que os jogadores gostam. Seria mais fácil colocarmos uma muralha à frente da baliza, não sair em transição e colocar o Iván Jaime numa linha de cinco ou seis atrás. Poderíamos também acompanhar individualmente alguns jogadores do Rio Ave e provavelmente correríamos menos riscos. Mas o treinador não gosta e os jogadores também não.

Não abdicámos do nosso jogo. Em duas situações de cruzamento, sofremos dois golos. É um ponto no qual o Rio Ave é forte. No primeiro golo houve um pequeno erro de posicionamento, mas o segundo golo foi um bom golo. Fico triste pela qualidade que apresentámos 11 contra 11 e dez contra 11. Destaco também a qualidade do jogo. Acho que as duas equipas acabaram bem a Liga.»

[Saída do Dobre]:

«Quem entrou, entrou um minutos antes do 2-1. O Dobre estava a fazer um jogo muito bom, mas senti que estávamos com pouco profundidade. Se queríamos ter largura, situações de cruzamento e chegada a zonas de finalização, tínhamos de alterar. O Dobre estava muito preocupado com ações defensivas, mas senti que faltava mais um homem na frente. O Martin [Aguirregabiria] é um jogador que dá profundidade, é rápido e muito objetivo apesar de ser um lateral. Não queríamos ficar juntos à frente da nossa baliza, queríamos continuar a criar problemas. Infelizmente não conseguimos marcar mais nenhum golo e sofremos dois.»

[Decisão de baixar o Ivo Rodrigues após a saída do Zaydou]:

«Se quisesse fechar espaços e controlar as ações ofensivas do Rio Ave, tinha metido o André Simões ou o David [Tavares]. Eventualmente, a equipa ficaria mais segura, mas depois não tinha o Ivo, um jogado que controla os tempos do jogo e que com bola, é capaz de servir os colegas e de ganhar metros. Nunca me passou pela cabeça tirar o Ivo. Juntámos o Colombatto com o Ivo à sua direita e o Iván à sua esquerda e deixámos os corredores para o Rúben e para o Alex. Os três médios tiveram um comportamento muito bem. Não iríamos abdicar de atacar ou de criar problemas ao adversário. Os jogadores fizeram um jogo muito, muito positivo.»