Declarações de João Henriques, treinador do V. Guimarães, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após o empate (2-2) na receção ao Farense:

[Falta de proatividade após a expulsão foi determinante?] «Não concordo. Se me dissesse que na primeira parte começámos menos bem é verdade, ficámos à frente no marcador sem justificar, é verdade. Os últimos minutos já corresponderam ao que queríamos. Na segunda parte tivemos várias oportunidades para fazer o golo. Tivemos quinze remates, mas apenas três foram enquadrados. Na segunda parte a equipa fez o suficiente para tranquilamente chegar ao terceiro golo. Na primeira parte não entrámos bem, não pegámos no jogo, não estivemos agressivos. Depois a equipa reajustou-se e fez o que estava preparado. Na segunda parte sofremos um golo que não lembra a ninguém, mais um, praticamente na única situação do adversário, onde tivemos uma mão cheia de oportunidades claras e não estarmos sujeitos ao que nos sujeitamos. Culpa nossa, permitimos ao adversário permanecer no jogo, foi isso que falhou, não soubemos fazer o golo que nos permitiria ficar com os três pontos».

[Consistência defensiva posta em causa com cinco golos sofridos em dois jogos?] «Preocupa-me o tipo de golos que estamos a sofrer, sobretudo isso. Se olhássemos para o jogo e víssemos que o Vitória teve mérito exclusivo a fazer golos, mas nos cinco golos que sofremos foi mérito do adversário e demérito nosso, impensável para uma equipa que quer estar no grupo da frente. Aprender com erros faz parte do crescimento da equipa, mas não podemos estar sempre a prender. Estamos a facilitar demasiado, temos de perceber os momentos do jogo, hoje era fechar o jogo com o terceiro golo, ter tranquilidade com bola, perceber que estávamos a mais. Não vou falar mais de maturidade nem de crescimento, porque o crescimento tem de ser feito com competência e hoje fomos incompetentes. Há aqui gente que pensa que em determinados momentos está resolvido, depois levamos um soco e vemos que estamos mal. Estas coisas são muito penalizadoras. Temos de ser mais competitivos. Olhamos para a primeira volta e temos 31 pontos, mas perdemos pontos incríveis. Temos de continuar o nosso trabalho, tentar jogar mais e melhor mas mais equilibrados. Hoje facilitámos e pusemo-nos a jeito para que acontecesse o que aconteceu».

[Extremos são dor de cabeça] «Todos sabem a importância que têm no grupo. Vamos passando essa informação que todos têm de estar preparados para jogar. Estamos felizes pelos jogadores que temos, temos a vantagem e ter jogadores com qualidade. Para o próximo jogo terei quatro jogadores com capacidade para jogar. Estamos confiantes com o que podemos fazer, mas falta um pouco mais, falta equilibrar para voltar a ter a folha limpa como já o fizemos, porque marcamos golos em todos os jogos. Temos de estar mais competentes e nestes últimos jogos sofremos de penálti, lançamento lateral e três transições. É isto».

[Qual é o estado de espírito do balneários] «Acha que saíamos a rir depois de acabar o jogo como acabou? Fomos incompetentes, reconhecemos isso. O estado de espírito é esse mesmo, perceber isso, deitámos fora dois pontos. Estamos todos irritados, eles não estão mais do que eu, isto agora só passa quando ganharmos ao Paços».