Se é verdade que as primeiras impressões são as que ficam, Nuno Espírito Santo pode ficar tranquilo: os adeptos do FC Porto vão ter estima pelo treinador durante muito tempo.

No primeiro particular da pré-época à porta aberta, a equipa portista deixou excelentes indicações. Mesmo com um evidente cansaço, o dragão teve fulgor, teve urgência e teve capacidade de crescer no campo. Fez dois golos, desperdiçou uma grande penalidade, atirou duas bolas aos ferros e criou uma série de ocasiões de perigo.

Acima de tudo, porém, o que ficou de mais óbvio neste Porto foi a urgência em rematar. A equipa trocou aquele estilo paciente de Lopetegui por velocidade e sobretudo por ordem para disparar: de qualquer espaço e a qualquer altura, os jogadores atiram à baliza.

Frank Lehmann, o guarda-redes do Osnabruck, foi talvez por isso o melhor em campo.

O jogo não começou bem para o FC Porto, porém. Logo aos seis minutos, no primeiro remate do jogo, o Osnabruck marcou: uma falha na defesa, na qual nem Marcano nem Ruben Teves conseguiram tirar a bola, permitiu a Heider atirar para golo.

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Refira-se que na defesa esteve uma das novidades portistas: o brasileiro Felipe foi titular e deixou boas indicações, ele que é um central ao estilo xerifão, forte, duro, personalizado.

Felipe foi aliás o único reforço no onze titular. Na segunda parte entraram também João Carlos Teixeira e Alex Telles, sendo que o primeiro apresentou bons atributos enquanto o segundo, que foi também o último a chegar, mostrou não estar totalmente integrado.

Ora depois do Osnabruck abrir o marcador, o FC Porto assumiu por completo o controlo do jogo. Com uma frente de ataque alargada a dois pontas-de-lança, embora André Silva caísse mais para uma ala, a equipa teve um futebol vertical e ameaçou várias vezes o golo.

André Silva foi talvez o melhor portista, ele que já está num excelente momento. Só Brahimi, na primeira parte, se aproximou do nível do jovem ponta de lança.

No segundo tempo há que destacar sobretudo Varela: colocado a lateral-direito, o internacional português andou numa roda-viva entre a defesa e o ataque, tirou uma bola de golo em cima da linha e surgiu várias vezes a cruzar no ataque portista. Promissor.

«Jogar com dois avançados é uma opção»

João Teixeira esteve irreverente e tecnicista, tendo sofrido um penálti num lance em que trabalhou bem dentro da área, enquanto Hernâni também deu nas vistas pela velocidade.

No meio destas boas exibições individuais, o FC Porto chegou ao empate na sequência de um canto de Brahimi em que Marcano finalizou de cabeça para golo.

Depois disso, Brahimi, João Teixeira e Varela obrigaram Lehmann a boas defesas, até que André Silva fez o segundo golo num remate de fora da área. Depois disso o FC Porto não tirou o pé do acelerador, Otávio ameaçou o terceiro de cabeça e Corona atirou ao poste, depois de Aboubakar também já ter, no primeiro tempo, acertado no ferro.

Até ao fim, Quintero falhou um penálti e Hernâni desviou uma bola a rasar o poste.

Nesta altura é preciso fazer uma ressalva, uma vez que o Osnabruck é uma equipa da terceira divisão alemã, mas é preciso também dizer que se trata de um adversário com mais tempo de preparação. Feitas as contas, o primeiro jogo aberto do Porto foi promissor.