O FC Porto lançou uma oferta pública de aquisição (OPA), geral e obrigatória, sobre as ações ordinárias representativas do capital social da própria SAD, informou em comunicado enviado à CMVM.

A OPA torna-se obrigatória a partir do momento em que o FC Porto comprou os 18,79 por cento da SAD que estavam na posse da Somague, passando a ser imputável ao FC Porto um total de 60,52% dos direitos de voto e do capital social da SAD.

Recorde-se que a compra das acções da Somague foi feita também esta quinta-feira.

Antes desta operação, refira-se, nenhum dos acionistas da SAD detinha, direta ou indiretamente, mais de 50 por cento do capital social da Sociedade. No entanto, após esta compra dos 18,79 por cento da Somague, os 50 por cento acabaram por ser ultrapassados, o que tornou obrigatório o lançamento de uma oferta pública de aquisição.

Refira-se também que, com a compra das acções da Somague, o capital social ficou dividido entre FC Porto (mais de 60 por cento), António Oliveira (11,01%) e Joaquim Oliveira (10,01%). Ora este cenário faz com que António Oliveira e Joaquim Oliveira (Olivedesportos) sejam os únicos acionistas que podem vender acções ao FC Porto na OPA que o clube vai lançar.

Segundo o documento facultado pela CMVM, a contrapartida oferecida pelo FC Porto é de 65 cêntimos por ação, preço a que comprou a participação de 2.818.185 ações da Somague. A justificação para este preço surge pelo facto de, «nos seis meses imediatamente anteriores à presente data, não se terem verificado quaisquer transações de ações a preço superior ao valor da contrapartida proposta».

No entanto, e na sessão de ontem, recorde-se, as ações da SAD do Porto encerraram a valer 72 cêntimos cada uma.

Apesar de tudo, a CMVM pode ainda rejeitar a contrapartida proposta, se considerar que esta não se encontra devidamente justificada ou que não é equitativa, por ser insuficiente ou excessiva. Perante essa possibilidade, esta entidade poderá designar um auditor independente para definir a contrapartida mínima.