Luís Castro de um lado, o FC Porto do outro: não é inédito, mas mesmo assim uma raridade. A receção do FC Porto ao Desp. Chaves, este sábado (20h30), a contar para a 5.ª jornada da Liga, promove o reencontro entre os dragões e o técnico que durante uma década (2006/07 a 2016/17) coordenou a formação, primeiro, e orientou, depois, a equipa B azul e branca, com a qual conquistou a II Liga em 2015/16.

Já na época passada havia sido assim, à 18.ª jornada, quando o Rio Ave com um futebol de fino quilate chegou à casa portista e surpreendeu mais pela soberba exibição do que pelo resultado (4-2).

Desta vez, o vila-realense regressa ao Dragão com os valentes transmontanos de Chaves e pela frente terá Sérgio Conceição, que neste início de época tem motivado os adeptos com um futebol aguerrido e ofensivo que se traduz em vitórias.

Se Castro, de 56 anos, vai para a 19.ª época como técnico, Conceição, de 42, começou a carreira só em 2011/12.

Herrera é um dos resistentes do único encontro entre Sérgio Conceição e Luís Castro

Apenas por uma vez os dois se enfrentaram e aí era Luís Castro quem se sentava no banco do FC Porto, orientando a equipa principal na reta final da época de 2013/14, após a saída de Paulo Fonseca: a 6 de abril de 2014 e a Académica, de Conceição, saiu do Dragão vergada por uma derrota por 3-1 (bis de Jackson e Ghilas marcaram para os portistas; Marcos Paulo reduziu para a Académica). Desse jogo, Reyes, Herrera, Ricardo Pereira foram treinados por Castro e agora estão às ordens de Conceição. No papel inverso, Ricardo Nunes, guarda-redes dos flavienses, que ainda antes de passar pelo Porto era o dono das redes da baliza da Briosa.

Tozé: «Conceição tem enorme atenção ao pormenor»

Não é, porém, fácil encontrar na I Liga outro jogador que tenha sido orientado pelos dois técnicos. Tozé é uma exceção e ao Maisfutebol traçou as diferenças entre Luís Castro, que o acompanhou na transição para sénior no FC Porto B, e Sérgio Conceição, perdeu espaço no Vitória de Guimarães na época 2015/16.

«O Sérgio Conceição é um líder com uma personalidade forte, que marca o grupo pela sua presença. É um treinador muito forte a nível tático. Lembro-me de ao longo da semana prepararmos cada detalhe do jogo que iríamos disputar no fim-de-semana. É isso que destaco nele: tem uma enorme atenção ao pormenor. Já o Luís Castro mostra uma liderança mais tranquila e em termos de treino privilegia mais a posse de bola, deixa que a equipa jogue mais solta e os jogadores têm mais liberdade no processo ofensivo», recorda o médio de 24 anos, cedido esta época ao Moreirense pelo vizinho vimaranense, salientando também que em relação ao discurso «Sérgio Conceição tem um estilo mais ativo, passa a mensagem de uma forma mais vincada»: «É algo que quem o conhece sabe que tem que ver com a personalidade dele; enquanto Luís Castro revela uma postura mais serena.»

Tozé ao serviço do Vitória de Guimarães, onde foi orientado por Sérgio Conceição 

«Para um jogador jovem, como eu, é muito positivo na minha carreira trabalhar treinadores com personalidades e estilos de jogo diferentes, com quem aprendo muito. Aliás, tal como foi com Pedro Martins ou é o caso agora com Manuel Machado», acrescenta Tozé.

Este sábado, Luís Castro regressa a uma casa que já foi sua e que agora tem como feliz inquilino Sérgio Conceição. A recebê-lo terá casa cheia com perto de 50 mil adeptos motivados a assistirem ao vivo a um desafio com vista para o topo da Liga.