A Mesa da Assembleia-Geral da Liga agendou eleições para a direção da Liga de Clubes para 11 de junho, mas a maior parte dos clubes não se conforma: quer destituir Mário Figueiredo na mesma e realizar as eleições exatamente nove dias antes. Ou seja, quer eleições a 2 de junho.

A garantia foi dada por Júlio Mendes, presidente do V. Guimarães, que falou em nome dos 24 clubes que ficaram na reunião realizada esta sexta-feira em Fátima e no final leu um comunicado assinado por todos: 81 por cento dos clubes, referiu, querem eleições a 2 de junho.

Confira o comunicado lido por Júlio Mendes:
«1. Proceder à destituição do Presidente da Liga. Este ponto foi aprovado por 81 por cento dos presentes, que representam 61 por cento do universo eleitoral.
2. Convocar na próxima segunda-feira uma Assembleia-Geral Extraordinária com vista à destituição do presidente da Direção da Liga.
3. Remarcar em sede própria a data da realização da Assembleia Geral eleitoral para os órgãos da Liga para o dia 2 de junho de 2014.
4. Criação de uma equipa de trabalho composta por dez clubes, sendo seis da I Liga e quatro da II Liga, designadamente o Nacional, Estoril, Belenenses, Rio Ave, Vitória Guimarães, Académica, Beira Mar, Penafiel, União da Madeira e Oliveirense, a fim de preparar e apresentar uma proposta de novos estatutos e um novo modelo de governação para a Liga.
5. Foi também consensualizado convocar na próxima segunda-feira uma Assembleia Geral Extraordinária com vista à destituição do presidente da Mesa de Assembleia Geral da Liga.

As deliberações acima referidas têm por preocupação a sustentabilidade financeira da Liga, a preparação e planeamento da próxima época desportiva e a defesa e credibilização do futebol português.»

Refira-se que Sporting, Benfica e Marítimo não participaram na votação destas decisões nem assinaram o comunicado, tendo abandonado a reunião. Júlio Mendes referiu a esse propósito que «as pessoas são responsáveis pelos seus atos, entenderam que a discussão destes pontos não era prioritário e os que ficaram acharam que sim, era prioritário».

«Esses três clubes acharam que não concordando não deviam estar na reunião. Foi uma opção deles. A nós pareceu-nos muito importante começar a casa pelos alicerces e não pelo telhado», adiantou.

Relativamente ao facto de já haver eleições marcadas para dia 11 de junho, Júlio Mendes garantiu que «a Assembleia-Geral marcada não tem nada a ver com a Assembleia-Geral Extraordinária que está a ser marcada por iniciativa dos clubes» e explicou que a Assembleia Extraordinária vai ser marcada «uma vez que quem tinha que o fazer não o fez em tempo oportuno».

«Nós vamos convocar as eleições para dia 2 de junho», garantiu o porta voz do movimento, adiantando que o desejo surge «fundamentado num parecer jurídico de um professor universitário que nos dá total garantia que a razão nos assiste».

Refira-se que os clubes que ficaram até ao fim da reunião, tomaram estas decisões e assinaram o comunicado foram os seguintes: Académica, Estoril, Belenenses, Sp. Braga, V. Guimarães, V. Setúbal, P. Ferreira, Rio Ave, FC Porto, Olhanense, Nacional, Gil Vicente, Arouca, Trofense, Desp. Aves, Portimonense, Farense, Feirense, União Madeira, Penafiel, Tondela, Beira Mar, Oliveirense e Santa Clara.