De uma corrente marítima adversa no início até apanhar a onda certa para uma vitória segura, sem discussão e praticamente assegurada ao intervalo.

O FC Porto entrou na Liga a golear o Marítimo, por 5-1, num jogo em que apanhou sustos no início, mas no qual três golos nos primeiros 45 minutos - dois de Taremi e um de Evanilson - deram tranquilidade a uma missão que, inicialmente, parecia adivinhar-se mais difícil.

Tudo porque o Marítimo se apresentou no Dragão olhos nos olhos com o campeão: futebol positivo, saída a jogar, fuga à pressão e duas ocasiões para marcar. Foi assim nos primeiros dez minutos. Não conseguiu... e sucumbiu depois na ideia interessante de sair a jogar sempre com bola no pé.

Naturalmente que a pressão do FC Porto no meio-campo contrário também foi meritória. Deu frutos. O Marítimo não se deu bem no risco e acabou penalizado nos lances do 1-0 e do 3-0. E, na verdade, no destino de um resultado que os dragões acabaram por justificar sem grandes dúvidas, com mais e melhor futebol e um toque final em espanhol: Marcano e Toni Martínez deram a mão cheia, antes de Winck reduzir.

Xadas atirou ao ferro aos três minutos e Joel Tagueu quase aproveitou um mau atraso de Marcano (10m), mas o regressado Diogo Costa - novidade no onze do FC Porto - estava lá para manter o 0-0.

De pé junto ao banco, ainda que não a gesticular muito, Conceição parecia apreensivo. Porém, o FC Porto afastou a corrente adversa e apanhou a onda do golo ao minuto 12. Na saída a jogar, Winck não recebeu o passe nas melhores condições, foi desarmado por Zaidu e, numa diagonal rápida da esquerda para a direita, o nigeriano deu em Evanilson e este para Taremi assinar o 1-0.

O golo deu outro alento ao FC Porto. Outra força. Qualidade a soltar-se: mais saída de bola a partir de Uribe ou Pepê no meio. Dinâmica e boas combinações com as subidas de Zaidu e João Mário. Muita gente ao ataque. Isto perante um Marítimo que, com uma linha de cinco a defender - Winck e Vidigal a fechar nas alas - foi ficando mais longe da baliza de Diogo Costa, por mérito do dragão.

Aos 22 minutos, Evanilson ensaiou o festejo para mais tarde: marcou, mas o golo foi anulado por fora de jogo (28 centímetros), no momento do passe de Namaso e após um toque em esforço de Zainadine. Valeria ao minuto 40 e já depois de Joel ter ficado perto do 1-1, evitado com uma boa defesa de Diogo Costa num lance que ditou a expulsão, no banco portista, de Diamantino Figueiredo, no meio de protestos por uma falta pedida sobre João Mário no início do lance (pouco antes, Conceição já tinha sido amarelado).

O 2-0, por Evanilson, surgiu num belo desenho do FC Porto. Da visão de Uribe a encontrar a entrada de João Mário na direita, até ao cruzamento atrasado deste para o brasileiro atirar a contar no coração da área.

E tudo ficou mais fácil dois minutos depois, com Taremi a repetir a dose da Supertaça e o Marítimo a ser penalizado na saída a jogar. Pepê intercetou a bola de Beltrame e o iraniano marcou na recarga a um remate de Namaso defendido por Miguel Silva (42m).

E depois de um 3-0 ao intervalo?

Foi gerir, desperdiçar e acabar com goleada.

Evanilson e Taremi adiaram o 4-0, mas Marcano teve cabeça para tal (68m) e outro espanhol não lhe ficou atrás. Há nove minutos em campo, Toni Martínez concluiu um cruzamento de João Mário com um belíssimo golo para o 5-0 (76m).

Só não foi de mão cheia perfeita porque o Marítimo, que apesar de goleado deixou bons indicadores aqui e ali na sua ideia, conseguiu reduzir por Winck (88m), num jogo em que Conceição pôde ver ainda notas interessantes de quem saiu do banco: de Veron a Gonçalo Borges, passando por Galeno.