O FC Porto goleou o Paços de Ferreira (4-0), lanterna vermelha da Liga, ultrapassando provisoriamente o Sp. Braga no segundo lugar da tabela classificativa. Evanilson bisou, Taremi picou o ponto e Juan Delgado (pb) fixou o resultado final.

Não foi propriamente um passeio em linha reta para os campeões nacionais, que superaram ainda assim a meta diária de passos, parâmetro seguido por muitos portugueses à procura de uma boa forma física.

FICHA DE JOGO

A equipa de Sérgio Conceição evitou a sobranceria apresentada no reduto do Santa Clara, na jornada anterior. Depois de alcançar com brilhantismo o primeiro lugar no Grupo B da Liga dos Campeões, seguindo para os oitavos de final da competição, o FC Porto cumpriu a obrigação no regresso à competição interna.

Fê-lo com momentos de bom futebol, sobretudo na etapa complementar do encontro, quando um dos piores Paços de Ferreira do passado recente do clube baixou definitivamente os braços. José Mota terá de operar um milagre para alterar o rumo desta equipa.

Uma tática a suspirar pela magia de Gaitán

No Estádio do Dragão, por exemplo, o sucessor de César Peixoto montou um inusitado 3x4x3, com o experiente Nico Gaitán a beneficiar de uma liberdade questionável perante o desafio que os castores enfrentavam. O atacar, o argentino ficava nas costas de Koffi e Zé Uílton. A defender, os dois avançados baixavam nos flancos e Nico ficava por ali, perdido na frente.

A qualidade de Gaitán não está em causa. Mas ter um jogador em campo apenas à procura de desequilíbrios com bola, num Paços que passou a maior parte do tempo sem ela, foi no mínimo arriscado.

No FC Porto, Sérgio Conceição concedeu uma folga competitiva ao contestado David Carmo, mantendo a dupla Fábio Cardoso-Marcano. A parelha mais entusiasmante, ainda assim, estava na outra ponta do terreno de jogo.

Evanilson e Taremi continuam a provocar estragos nas defensivas contrárias e foi o brasileiro a inaugurar a contagem, logo ao quarto minuto, após assistência de Stephen Eustáquio. Com a vantagem no marcador, o desafio azul e branco passava por evitar o desleixo da ronda anterior, nos Açores.

À passagem do quarto de hora, o Paços de Ferreira teve uma oportunidade soberana para repetir o feito do Santa Clara. Porém, após belo trabalho de Koffi na área portista, Juan Delgado falhou incrivelmente o remate.

Taremi e Evanilson cavam o fosso

A equipa visitante conseguiu incomodar os dragões na primeira meia-hora, mas denotou uma falta de intensidade defensiva que foi fatal para as suas aspirações. Ao minuto 31, com enorme classe, Taremi fez uma receção orientada após passe de Pepê, fugindo entre Nuno Lima e Flávio Ramos. Perante Jordi, o iraniano assinou o 2-0.

Pepê, outro dos jogadores em grande forma no FC Porto, agradeceu pouco depois um passe soberbo de Mehdi Taremi e ofereceu com altruísmo o golo a Evanilson, que bisou na partida e cavou ainda mais o fosso (39m).

Com 3-0 ao intervalo, José Mota ainda procurou agitar as águas, fazendo dupla alteração para a etapa complementar. Diogo Costa também surgiu na segunda metade do encontro com uma da mudança, neste caso no equipamento. Curiosamente, o guarda-redes trocou o alaranjado – que se confundia com o Paços – pelo negro, cor da equipa de arbitragem. E o jogo lá seguiu, à boa imagem do futebol português.

Os campeões nacionais dominaram por completo os segundos 45 minutos, chegando ao 4-0 num autogolo do infeliz Juan Delgado (55m). Sérgio Conceição aproveitou a margem dilatada para gerir esforços e a segunda vaga do FC Porto rondou a baliza de Jordi à procura de uma goleada ainda mais vistosa. Galeno, o mais inspirado entre os suplentes utilizados, viu o poste negar-lhe o festejo ao minuto 87.