Um Nacional com carisma e personalidade foi o que entrou no estádio da Madeira para defrontar o FC Porto, conseguindo reduzir o atual campeão nacional a uma equipa banalíssima ao longo da primeira metade.

Entrou bem o Porto, conduzido sob a batuta do maestro Quaresma que, por três ocasiões, teve nos pés a oportunidade de fazer mexer o marcador, mas a pontaria acabou por não ser a melhor, gorando-se assim excelentes oportunidades para os dragões se adiantarem no marcador.

Os alvi-negros não se atemorizaram, acertaram as marcações e começaram a roubar muitas bolas no meio campo saindo depois em rápidas transições quer pela ala esquerda quer pela direita, onde Alex Sandro e Danilo não se entendiam com a velocidade de Candeias e Rondón e as constantes solicitações ao acutilante Djaniny.

O primeiro sinal de perigo iminente dado pelos da casa surgiu à passagem do minuto 12, com Candeias a fazer a bola embater no corpo de Danilo e por pouco não enganou Fabiano. Na sequência do lance, Saleh Gomaa bateu o canto, que encontrou Rondón na área com o luso-venezuelano a fazer o esférico passar muito perto da trave. 

Nacional dominador  

O Nacional era muito superior ao Porto e não foi de estranhar que chegasse ao golo aos 19 minutos, num lance em que João Aurélio subiu pelo corredor direito e cruzou para o interior da área onde se encontrava Djaniny. Contudo, o cabo-verdiano escorregou e deixou que o esférico chegasse a Candeias que, matando no peito e rematando colocado, não deu hipóteses de defesa a Fabiano.

Volvidos somente dois minutos, seria a vez de o egípcio Ghazal falhar escandalosamente o segundo tento nacionalista, com o Porto a reagir somente à passagem do minuto 27 por intermédio de Jackson Martinez que, isolado, rematou para excelente defesa de Gottardi com o pé direito.

O jogou tornou-se então um pouco mais morno mas sempre controlado pela formação da casa registando-se o facto de os pupilos de Luís Castro não mais terem incomodado Gottardi até ao apito de João Capela para o intervalo. Ao invés, os jogadores de Manuel Machado dispuseram de mais três flagrantes ocasiões de golo, sempre por Djaniny, que proporcionou uma boa defesa a Fabiano aos 42 minutos, rematou junto ao poste um minuto mais tarde e, já mesmo ao cair do pano do primeiro tempo, cabeceou novamente muito perto do poste da baliza à guarda do brasileiro que tão bem tem substituído Helton. 

FC Porto reage

Luís Castro não gostou do que viu na primeira metade e fez entrar Ghilas e Quintero para os lugares dos apagadíssimo Licá e Defour, com as mexidas a surtirem efeito de imediato, já que decorria ainda o primeiro minuto da etapa complementar quando o argelino fugiu pela esquerda e entregou para Jackson Martinez que, à meia, volta bateu Gottardi.

Pensava-se que o jogo poderia mudar bastante de figurino, mas o Porto ainda festejava o tento do empate e já Candeias batia Danilo pela esquerda novamente e cruzava para o interior da área, onde Rondón, completamente livre de marcação, bateu pela segunda vez um desamparado Fabiano.

Mas o Porto estava melhor no segundo tempo e não se deixou abalar por nova contrariedade partindo para cima do adversário e conseguindo uma grande penalidade por falta de Aly Ghazal sobre Quaresma. Contudo, o mesmo Quaresma não aproveitou e acabou por atirar ao poste fazendo com que a sua equipa resvalasse novamente para um autêntico estado de nervos. 

Ficha de jogo    

A partir daí, o jogo entrou numa toada mais dividida com ambas as equipas a criarem situações de golo. Os dragões ainda festejaram o golo de Jackon Martinez à passagem do minuto 78, mas João Capela anulou prontamente, considerando que o colombiano se apoiou em falta sobre Marçal. Ficava então o jogo mais «quentinho» e com muitas «picardias» acabando João Capela por mostrar cinco amarelos noutros tantos minutos de modo a tentar acalmar os ânimos.

Quaresma no melhro e no pior

Já em desespero de causa, o Porto foi com tudo para a frente e Jackson tornou a desperdiçar soberana ocasião à passagem do minuto 83, num lance em que o colombiano apareceu cara a cara com Gottardi, mas que acabou por atirar por cima.

Até final, o Nacional tentou guardar a preciosa vantagem que detinha, optando por recuar linhas e tentar a sua sorte em rápidas transições. O Porto cresceu no terreno mas acabou por não ter arte nem engenho para conseguir chegar ao tento da igualdade, acabando assim por perder o encontro e em definitivo dizer adeus ao título com o apito final de João Capela.

Mas nem tudo ficou acabado aí. Quaresma perdeu a cabeça e teve de ser agarrado por vários elementos do FC Porto para que não se confrontasse fisicamente com adversários do Nacional, primeiro com Gomaa e depois com Marçal. O regresso em defintivo aos balneários acabou por fazer-se alguns minutos depois, mas o final que foi feliz para o Nacional não foi bonito de ver com este último «episódio».