O FC Porto tem neste domingo aquele que é provavelmente o maior obstáculo até ao final da Liga, quando corre na frente para a conquista do título: a visita a um Estádio dos Barreiros onde não vence desde 2012. São seis jogos no total, cinco para a Liga. Só Alvalade tem sido mais difícil para o dragão nos últimos anos.

O Clássico com o Benfica marcou literalmente uma viragem na Liga, com a vitória a garantir a ultrapassagem do FC Porto aos «encarnados» e vantagem no confronto direto, dois pontos que dão uma almofada ao dragão suficiente para permitir um empate no que resta da Liga e ainda assim festejar no fim. Mas esse bom resultado no Estádio da Luz está longe de ser uma raridade. O Dragão venceu dois dos últimos três jogos na Luz para a Liga, e tem mais dois empates antes da última vez que lá perdeu, em janeiro de 2014.

O passado recente diz que é mais difícil ao FC Porto vencer em casa do Marítimo. É um registo negro para o dragão, que precisa de recuar precisamente seis anos para recordar a última vitória. Por sinal também na antepenúltima jornada de 2011/12, onde o FC Porto chegava líder, com vantagem de quatro pontos sobre o Benfica. Venceu com bis de Hulk, numa ronda em que os «encarnados» empataram com o Rio Ave e descolaram em definitivo.

Desde então o FC Porto não voltou a trazer três pontos dos Barreiros. Seguiu-se um empate a um golo, em março de 2013, que deixou os azuis e brancos a quatro pontos do líder Benfica na liderança. Faltavam sete jornadas para o fim e o FC Porto ainda havia de dar a volta à Liga, naquele que foi o último título dos «dragões» antes do tetra do Benfica.

Depois vieram três derrotas seguidas. 1-0 com golo de Derley para a 17ª jornada da Liga 2013/14, o mesmo resultado na 18ª jornada de 2014/15, aí com Bruno Gallo a marcar o único golo do jogo. E ainda a vitória do Marítimo por 2-1 também nessa época, em abril, para a meia-final da Taça da Liga.

Depois disso, dois empates a um golo. Logo na segunda jornada em 2015/16 e por fim na época passada, por curiosidade precisamente também na 32ª jornada da Liga 2016/17. Em circunstâncias diferentes, mas com um resultado determinante. O FC Porto de Nuno Espírito Santo seguia a três pontos do Benfica na liderança e esse empate nos Barreiros, quando Djoussé saiu do banco para marcar a 20 minutos do fim e anular o golo de Otávio à meia hora, representou um atraso irrecuperável.

Alvalade é o único estádio da Liga onde o FC Porto está há mais tempo sem vencer. Já lá vão quase 10 anos desde esse 2-1 para a 5ª jornada da Liga 2008/09, com golos de Lisandro López e Bruno Alves, contra uma grande penalidade batida pelo então ainda leão João Moutinho. Desde então, em 13 clássicos, o Sporting venceu seis e houve sete empates. Se contarmos apenas jogos da Liga foram quatro vitórias dos leões e cinco empates, o último dos quais esta época.

Olhando para trás, e tirando os estádios dos «grandes», é raro encontrar um período tão longo do FC Porto sem vitórias num outro recinto para o campeonato. Só no século passado, antes do crescimento dos «dragões» e quando se construiu o mito da barreira psciológica que era para os dragões rumar a Lisboa. No Restelo, mas também em casa do Estoril, os dragões tiveram nos anos 70, e ainda mais para trás, períodos maiores sem vitórias. Oito jogos em casa do Belenenses, por duas vezes, num período que durou quase toda a década de 70 e antes entre as décadas de 40 e 50. E sete nas visitas ao Estoril, sensivelmente no mesmo horizonte temporal.

Esses ainda são campos tradicionalmente difíceis para o FC Porto. Esta época o dragão perdeu mesmo no Restelo, onde venceu apenas um dos últimos cinco jogos, e esteve a perder no Estoril mas deu a volta naquela segunda parte diferida. Resta a barreira dos Barreiros. Até quando?