Açores de má memória para o FC Porto. Os azuis e brancos tropeçaram no estádio de São Miguel e podem ver o Benfica descolar ainda mais na liderança. Os dragões empataram a uma bola com o Santa Clara, num encontro onde os campeões nacionais deixaram-se dormir à sombra de um golo madrugador.

Confira a FICHA DO JOGO

Mas puxemos o filme atrás. Dia de sol, ambiente de jogo grande nos Açores e uma casa bem composta para receber os campeões nacionais. Na perseguição ao Benfica, Sérgio Conceição trocou apenas o castigado Eustáquio por Bruno Costa no onze inicial, em comparação à equipa que defrontou os encarnados. Por sua vez, Mário Silva, repetiu o mesmo onze que venceu o Vizela na última jornada, naquele que foi o primeiro triunfo fora de portas do atribulado arranque dos açorianos.

Por falar em Mário Silva: na antevisão, o técnico dos insulares tinha alertado que os ‘azuis e brancos’ iriam ter uma entrada fortíssima no jogo. Um aviso de quem tem passado como jogador e treinador da formação do FC Porto. Foi dito e feito.

Aos três minutos, após um livre de Bruno Costa, Fábio Cardoso, no regresso a uma casa onde foi feliz, cabeceou para o fundo das redes, inaugurando o marcador.

O Santa Clara, apesar do golo sofrido, procurou disputar a posse de bola e a sair em ataque controlado, mas o certo é que o tento inaugural colocou o jogo de feição para os ‘dragões’. A equipa de Sérgio Conceição assegurou o domínio da bola, instalou-se no meio-campo contrário e baixou o ritmo de jogo.

Os açorianos, apesar de algumas investidas junto das redes de Diogo Costa, não tiveram critério para criar uma verdadeira oportunidade de golo. A equipa de Mário Silva conseguiu penetrar no espaço entre linhas, explorando sobretudo o corredor direito, mas apresentou dificuldades na definição do último passe.

O FC Porto, por seu turno, mesmo sem imprimir grande velocidade, conseguiu criar perigo através da permeabilidade do núcleo defensivo açoriano - aos 17 minutos os dois centrais já tinham amarelo. Foram vários os lances perigosos dos forasteiros: aos 13 minutos, Galeno, já dentro da área, rematou por cima; e aos 28 minutos Evanilson viu o golo negado por uma grande intervenção de Gabriel Batista. Aos 34 minutos, foi a vez de Otávio estar perto do golo, após uma jogada de laboratório na sequência de um livre, mas a bola passou a rasar o poste direito.

Embalo e despertar violento

Na segunda parte, manteve-se a tónica da primeira. Um controlo passivo do Porto num jogo sonolento e muitas vezes mal jogado, com passes errados e fífias de parte a parte.

 Com o passar dos minutos, o Santa Clara tentou fazer pela vida e conseguiu equilibrar a contenta, subindo no terreno e mantendo o encontro afastado da sua área. Aos 69 minutos, Gabriel Silva colocou o estádio em alvoroço com um remate colocado, mas Diogo Costa, enorme entre os postes, evitou o empate com uma grande estirada.

Com mais vontade do que engenho, os açorianos nunca arredaram – e iriam colher os frutos de tal vontade. Aos 83 minutos, canto na esquerda para o Santa Clara e Boateng, nas alturas, empatou o marcador para gáudio dos adeptos. Estava feito o empate no marcador.

 Foi preciso o golo para a equipa de Conceição acordar. Aos 89 minutos, Taremi cabeceou para uma enorme defesa de Gabriel Batista, mas o resultado não iria sofrer mais alterações. Um ponto para cada. Um resultado que beneficia a vontade dos açorianos e que espelha a apatia portista.