Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, fez nesta sexta-feira a antevisão do duelo com o Benfica, referente à final da Taça de Portugal. O clássico realiza-se no sábado (20h45), no Estádio Cidade de Coimbra.

Na conferência de imprensa, perguntaram a Sérgio Conceição se ainda sentia frio na barriga antes de uma final como treinador, tal como sentia enquanto jogador. O técnico portista diz que não, que o sentimento mudou ao longo dos anos.

«Quando era jogador, gostava de sentir essa sensação até à hora do jogo começar. Depois isso passava. Enquanto treinador, quero sentir sempre adrenalina, mas frio na barriga sinto quando, no percurso da minha vida, encontro pessoas com dificuldades, principalmente crianças e pessoas mais idosas. Tive uma ou outra visita ao IPO onde também tive essa sensação. Há coisas muito mais importantes que uma final e um jogo de futebol. Deve ser com a velhice, fico mais emocionado com este tipo de situações», atirou Conceição, com sinceridade.

Sérgio Conceição foi ainda confrontado com uma expressão utilizada na apresentação como treinador do FC Porto: «Vim para ensinar, não para aprender». O técnico ensinou, é certo, mas o que aprendeu durante este percurso?

«Aprendo todos os dias com os jogadores, com as pessoas que trabalham comigo diariamente no Olival. Também aprendo com o pessoal que trata a relva, e muito, às vezes até mais do que com outros. A maturidade vem com a aprendizagem diária, desde que se esteja aberto para isso, e eu estou sempre», frisou.

O treinador foi muito elogiado por Luís Gonçalves, diretor-geral para o futebol do FC Porto, e devolveu a gentileza: «Não gosto muito desse tipo de elogios. Nas férias ainda suporto mas, quando estou em competição, a melhor coisa é não falar. O engenheiro não dá muitas entrevistas mas foi uma peça muito importante, como muitas foram, desde a pessoa menos mediática ao presidente.»

Conceição abordou novamente a forma como os dragões trabalharam durante a pausa na competição, admitindo que esse foi um aspeto importante para a conquista do título. «Tivemos de fazer muitas coisas diferentes, numa situação completamente nova. O estado de espírito foi fantástico, dos jogadores, do staff técnico e do departamento médico. Não é fácil definir um treino para alguém que vive num apartamento ou alguém que tem um jardim para treinar», começou por lembrar.

«Estivemos permanentemente em contacto, tendo em conta os aspetos físicos e emocionados. Também estivemos todos em videoconferência, a ver jogos que fizemos, etc. Isso não foi fácil, como devem imaginar, mas tudo fizemos para manter, dentro do possível, os nossos microciclos habituais», completou.

O FC Porto regressou da melhor forma, conquistou a Liga e procura agora dobradinha. «Para já, não foi mau, ganhámos o campeonato. Agora falta a outra, o jogo de amanhã, Taça de Portugal», rematou Sérgio Conceição.