Os dragões entraram em campo na pedreira com os adeptos a pedir «o Porto campeão». As contas ditavam que esta jornada podia ser de festa, mas à equação das contas do título faltou um fator: o Sp. Braga. A equipa de Carlos Carvalhal faz o pleno esta época ao vencer os «três grandes», tarefa culminada com o triunfo (1-0) sobre os azuis e brancos no Estádio Municipal de Braga.

Um golo de Ricardo Horta no arranque da segunda parte, anunciado depois de dois sérios avisos no final do primeiro tempo, deram expressão a uma prestação completa dos guerreiros, que souberam gerir as incidências do jogo, interpretaram os vários momentos do desafio, baixaram linhas quando tiveram de o fazer e lançaram-se para o ataque quando assim foi permitido. Fizeram tudo isso com compromisso e entrega ao jogo.

Por isso, as contas que se fazem são as do fecho do quarto lugar por parte dos arsenalistas que esta tarde, quando o foco estava virado para outro lado, selaram definitivamente a sua classificação na tabela classificativa. Sessenta jornadas depois o FC Porto volta a perder no campeonato português. Estabeleceu um novo recorde interno, não conseguiu estabelecr um recorde absoluto no que às principais ligas europeias diz respeito.

Uma questão de tempo…

Tal como é opinião generalizada que a conquista do título por parte do FC Porto é uma questão de tempo, também o arranque do jogo na pedreira prometeu ser uma questão de tempo até aos azuis e brancos se chegarem à frente. Canto perigoso, a juntar a uma aproximação promissora à baliza e dois pedidos de penálti logos nos instantes iniciais faziam crer num cenário positivo para a equipa de Sérgio Conceição.

De facto, os dragões entraram melhor, remeteram o Sp. Braga ao seu setor recuado, mas a equipa de Carlos Carvalhal estava preparada para isso, soube reduzir o espaço, compactar as suas linhas e bloquear a iniciativa adversária. Sérgio Conceição barafustava no banco de suplentes contra a lentidão na circulação de bola e contra os passes desleixados.

Rapidamente a questão do tempo para o FC Porto abanou. Na equação triunfal dos azuis e brancos ainda não tinha entrado o Sp. Braga. A verdade é que os minhotos acabaram por cima na primeira metade do encontro, ficando perto do golo por duas ocasiões: Ricardo Horta atirou ao ferro e Diogo Costa fez uma mancha impressionante quando Abel Ruiz apareceu isolado à sua frente.

Guerreiros entram na equação

Sérgio Conceição alterou ligeiramente o figurino dos dragões para a segunda metade. João Mário rendeu Evanilson, com Pepê a subir uns metros no terreno de jogo, passando a ser o principal apoio a Taremi no ataque. O técnico percebia que faltava aos dragões o fulgor habitual na procura da baliza adversária.

Tal como acabou por cima a primeira metade, o Sp. Braga regressou melhor das cabines. Passo o primeiro ‘pressing’ inicial, soltou-se e ficou confortável no jogo. Chegou ao golo ao minuto 55. Abel Ruiz ganhou em velocidade a Pepe e cruzou para Ricardo Horta encostar, de forma pouco ortodoxa, com a coxa. 581 minutos depois os dragões voltaram a sofrer golos. Após cinco jogos sem ir ao fundo das redes, Diogo Costa voltou a sofrer. O Lyon tinha sido a última equipa a marcar aos azuis e brancos.

Muita crença portista até ao final, algumas tentativas de relativo perigo mantiveram a incerteza do resultado até ao final. Mas, sem efeito. O Sp. Braga amealhou os três pontos perante perante 17665 adeptos na pedreira. A festa fez-se em tons de vermelho em Braga. Aos muitos adeptos azuis e brancos restou voltar a pedir «o Porto campeão» no final do jogo. Contas adiadas.