O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, assumiu que defende «regulamentos mais duros, que inibam as pessoas do futebol a contribuir para a destruição do setor».

Na conferência Violência no Desporto, na AR, o dirigente concedeu que o futebol nacional «tem um problema grave de apreciação do trabalho de arbitragem» e considerou «inaceitável que agentes desportivos contribuam para a destruição da figura do árbitro».

Por isso, falou diretamente para os emblemas da Liga: «Incentivamos os clubes a endurecer as penas para quem coloca em causa a seriedade dos árbitros. É altura de a estrutura profissional voltar a refletir. Estamos a três meses de poder alterar regulamentos para a próxima época. É preciso fechar processos, concretizar procedimentos, mudar atitudes e obrigações. Temos todos que fazer tudo para que seja possível começar a próxima época com outra capacidade de resposta.»

O presidente da FPF sublinhou ainda que é premente a criação de uma autoridade autónoma desportiva, «exclusivamente vocacionada para a segurança e combate à violência no desporto, dotada de recursos e não apenas de atribuições e competências, que tornem exequível a celeridade e inevitabilidade da ação sancionatória face à inobservância da Lei».

Citado pela Lusa, Gomes afirmou que «tal organismo deverá ser central, autónomo e especializado».

«Clima vergonhoso»

Ora, também o líder dos árbitros, Luciano Gonçalves, falou sobre o momento que o futebol português atravessa. O presidente da Associação Profissional de Árbitros de Futebol (APAF) declarou que é «preciso alterar este clima vergonhoso em que se põe em causa a seriedade de todos» e em que os juízes são «o elo mais fraco, cuja idoneidade e seriedade são constantemente postas em causa».

Tal como o líder da APAF, também o presidente do sindicato dos jogadores frisou a necessidade de se combater a violência no futebol de modo coletivo.

«Já todos deram contributos e parece que nada mudou. O problema tem sido atacado de forma individual. Cada um prefere dizer o que fez, o que pode fazer, independentemente de saber se essa posição no conjunto global tem eficácia», disse Joaquim Evangelista.