Sérgio Vieira, treinador do Moreirense, em declarações na conferência de imprensa, após a derrota da sua equipa em Santa Maria da Feira, neste domingo, diante do Feirense.

«Um golo sofrido aos dois minutos condiciona sempre e traz aquilo que não queremos: a ansiedade, o nervosismo e tomadas de decisão erradas. Esse golo condicionou-nos muito. Não aconteceu dentro da estratégia que definimos, mas cometemos um erro simples num duelo individual e depois o adversário teve alguma felicidade num desvio. Depois tentámos reagir, mas não conseguimos chegar ao golo para conseguir algo mais.»

[o que faltou para chegar ao empate, com tanto tempo pela frente?]

«Faltou mais discernimento e tranquilidade na tomada de decisão, no último passe. Houve algumas combinações que trabalhámos e não aconteceram, mas há mérito também do Feirense, que é uma equipa difícil em casa e que adotou uma estratégia defensiva após o golo. Baixou o bloco e apostou em jogadas de transição, que condicionaram os nossos jogadores. Estávamos a tentar jogar em profundidade e a criar desequilíbrios, mas sempre com atenção quando perdíamos a bola porque o Feirense criava perigo.»

[sobre o jogo mais direto tentado pelo Moreirense]

«O que quero para o futuro é conquistar pontos. Infelizmente, não conseguimos conquistar pontos com a qualidade de jogo que eu queria, mas temos de potencializar as características dos jogadores que temos, a altura, o tipo de campos em que jogamos... Em função de muitos fatores, acabamos por ir pelo mais seguro. E neste caso nem foi por nossa indicação, mas pela ansiedade que a equipa atravessa, a tomada de decisão é mais simples. E o que é mais simples é desfazer-se da bola e fazer um jogo mais direto. Em alguns momentos tentámos jogar mais e noutras optámos mais pelo futebol direto, muito pela tomada de decisão dos jogadores.»

[sobre a entrada de Tozé ainda na 1.ª parte]

«Estávamos em desvantagem e o encaixe no meio-campo não estava a resultar. Nós quisermos reforçar a nossa zona central - até porque o Feirense também tem um jogo muito direto -, com um meio-campo agressivo que, aos dois minutos deixou de fazer sentido. Tirámos o Boubacar que tinha cartão amarelo e optámos por ter mais qualidade na construção e na posse, porque ainda faltava muito tempo.»

[sobre a pausa no campeonato]

«Nós contávamos, nesta altura, estar numa situação mais confortável, fora da linha de água. Para isso, teríamos de ter cumprir o objetivo número um que era ganhar em casa contra adversários diretos. Assim, teríamos de vir buscar pontos fora. Não aconteceu aqui, mas teremos de conseguir noutros campos, como fizemos contra o Desp. Aves. Agora temos mais alguns dias e vamos trabalhar forte para corrigir erros e fortalecer a dinâmica coletiva, principalmente em termos defensivos, para deixarmos de sofrer golos que, muitas vezes surgem mais por demérito nosso do que por mérito do adversário.»