O Ministério da Administração Interna (MAI) recebeu esta segunda-feira o relatório da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) sobre a atuação da PSP nos festejos do Sporting como campeão, estando o documento a ser analisado.

«O Ministério da Administração Interna confirma que recebeu hoje, da Inspeção Geral da Administração Interna, o relatório do inquérito relativo à intervenção da Polícia de Segurança Pública no quadro das celebrações promovidas pelo Sporting Clube de Portugal ocorridas nos dias 11 de 12 de maio de 2021», refere o Ministério tutelado por Eduardo Cabrita, numa resposta enviada à agência Lusa.

O MAI indica ainda que o relatório se encontra em análise.

O prazo de sessenta dias para a IGAI finalizar o inquérito pedido pelo MAI terminava hoje.

O inquérito da IGAI, que tem como missão assegurar as funções de auditoria, inspeção e fiscalização de todas as entidades, serviços e organismos tutelados pelo MAI, visa a atuação da Polícia de Segurança Pública nos festejos.

O Sporting sagrou-se a 11 de maio campeão português pela 19.ª vez, 19 anos após a última conquista, e durante os festejos ocorreram confrontos entre os adeptos e a polícia.

Milhares de pessoas concentram-se junto ao estádio e em algumas ruas de Lisboa, quebrando as regras da situação de calamidade devido à pandemia de covid-19, em que não eram permitidas mais de dez pessoas na via pública, nem o consumo de bebidas alcoólicas na rua.

A maioria dos adeptos não cumpriu também com as regras de saúde pública ao não respeitar o distanciamento social, nem o uso obrigatório de máscara.

Na altura, a PSP referiu, em comunicado, que os festejos dos adeptos do Sporting em alguns locais de Lisboa resultaram em «alterações relevantes da ordem pública» e que foi necessário reforçar o dispositivo policial para «restabelecer a ordem e tranquilidades públicas» e «conter as desordens», que consistiram «no arremesso, na direção dos polícias, de diversos objetos perigosos, incluindo garrafas de vidro, pedras e artefactos pirotécnicos, que também atingiram outros cidadãos».

A PSP alegou ter usado a força pública, incluindo o disparo de balas de borracha, para fazer face aos comportamentos «desordeiros e hostis por parte de alguns adeptos».

A PSP deteve três pessoas, identificou outras trinta e apreendeu 63 engenhos pirotécnicos.