O crescente clima de crispação em torno da arbitragem em Portugal, com ameaças e até agressões a árbitros, é um cenário que preocupa Pedro Proença. «Todos condenamos o que se passou. Mas também tenho a noção de que aqueles momentos extravasam o futebol. Está a falar com uma pessoa a quem aconteceram actos desse nível num passado recente», afirmou no Football Talks aos jornalistas, lembrando a agressão de que foi alvo num centro comercial de Lisboa quando ainda era árbitro.

O presidente da Liga defendeu que não compete apenas a quem lidera o trabalho em prol da pacificação do futebol português. «É dos dirigentes, dos jogadores e dos media, que em dez questões que me colocam gostava também e falar sobre coisas positivas.»

Proença lembrou que a arbitragem está fora da esfera da Liga, mas garantiu que o organismo a que preside tentará sempre colaborar na melhoria do futebol nacional, como, apontou, acontecerá em maio. «Teremos a revisão das normas regulamentares quer disciplinares, quer ao nível das competições», apontou, mostrando-se convicto de que essa revisão possa ajudar a «erradicar» comportamentos negativos para o futebol.

«Isto passa por um processo de maturidade que enquanto competição teremos de saber alcançar. Não se faz do dia para a noite. O caminho faz-se caminhando.»

Ainda em conversa com os jornalistas, Proença voltou a defender a inevitável da introdução do sistema vídeo-árbitro no futebol. «É algo que vai acontecer. Temos um problema porque tudo passa na televisão. Não basta a habilidade dos árbitros no campo. Precisam de ser ajudados. Introduzir a tecnologia vai criar um melhor futebol e um futebol verdadeiro», começou por observar.

«No futebol americano eles encontraram soluções e está na hora do futebol encontrar as mesmas soluções para este problema», rematou.