A figura: Ricardo Quaresma
Capaz do melhor e do pior na marca do castigo máximo. Ao 12ª minuto de jogo, assumiu a responsabilidade de cobrar uma grande penalidade importante para a tranquilidade da equipa e marcou, embora Cássio tenha adivinhado o lado. Talvez por isso, na segunda tentativa, procurou atirar mais para cima e exagerou na dose. O Arouca tinha reduzido para 2-1 e Ricardo Quaresma não aproveitou, rematando para a bancada. Acusou esse momento e perdeu-se em vários lances inconsequentes. Seria ele, ainda assim, a assinar o 3-1 num remate violento, já na reta final do encontro. Ator principal, de uma forma ou de outra.

O momento: Sampaio levantou a dúvida
O FC Porto conquistara uma vantagem de dois golos e parecia caminhar para um triunfo confortável. O Arouca não conseguia melhor que sucessivos pontapés de canto, sem resultados práticos. De repente, um livre frontal e uma bola desviada pela barreira azul e branca. Rui Sampaio, ali ao lado, aproveitou para dominar o esférico e bater Helton. Com 31 minutos, voltaram as dúvidas ao Dragão. O penálti desperdiçado por Quaresma, pouco depois, foi mais um sinal de esperança para o Arouca. Em vão, ainda assim.

Outros destaques:

Fernando
Sozinho em casa. Como mais gosta. Fernando foi quem mais agradeceu – pelo que percebemos à vista desarmada – o regresso ao 4x3x3 habitual do FC Porto, com o médio brasileiro como elemento solitário à frente do setor defensivo. Defour jogou entre linhas e Carlos Eduardo como um número 10. Sabendo perfeitamente os espaços a pisar, Fernando sentiu-se como peixe na água e foi varrendo todo o seu setor com a qualidade habitual. Não precisa de apoio regular.

Ceballos
Representou a irreverência do Arouca perante o adversário negativo. Boa atitude do avançado espanhol, provocando sobressaltos ao último reduto do FC Porto. Manteve o ritmo alto até final, naquele estilo de antes quebrar que torcer. Merecia algo mais.

Cássio
Sofreu quatro golos mas contribuiu para alguns momentos de sobressalto do FC Porto, com defesas de qualidade, sobretudo na etapa complementar. Sem culpa no resultado pesado para a sua equipa.

Ghilas
Quintero foi a primeira opção para Luis Castro mas seria Ghilas a responder da melhor forma, vindo do banco de suplentes. Grande arrancada ao minuto 84 e cruzamento à medida para o 3-1 de Ricardo Quaresma. Continua a demonstrar ser uma alternativa válida.

Carlos Eduardo
Momento de classe ao minuto 23, assinando o 2-0 com um belo pontapé de moinho, sem preparação. Cruzamento rasteiro de Mangala, Defour a levantar a bola na área e o médio brasileiro a deixar-se levar pela inspiração para criar um dos momentos da noite. Confortável no novo desenho do meio-campo portista, Carlos Eduardo esteve ainda no castigo máximo conquistado por Jackson (e desperdiçado por Quaresma), tabelando de forma inteligente com o colombiano. Apontamentos de bom nível para uma unidade influente que procura regressar à sua melhor forma. Ainda não chegou lá, claramente.