Figura: Galeno

Dois remates, dois golos. Além da capacidade supersónica que lhe é reconhecida, o brasileiro demonstrou tremenda eficácia contra o Portimonense. O extremo parece estar melhor ao nível da tomada de decisão, pelo menos pela amostra desta noite, e soube relacionar-se com os seus colegas, sobretudo com Sequeira. O génio de Galeno soltou-se a abrir a segunda parte: um golaço de fora da área ao ângulo. Foi o melhor em campo, não só pelos dois golos, mas pelo mérito de ter dado cor a uma noite fria em Braga.


Momento: Galeno desmoronou a estratégia algarvia, minuto 5

A estratégia do Portimonense, com mais um médio do que o habitual, era clara. No entanto, nem houve tempo para ver a ideia de Paulo Sérgio na prática. Logo aos cinco minutos, o Sp. Braga recuperou a bola em zonas adiantadas e Sequeira cruzou para a entrada da área, onde surgiu o remate colocado de Galeno.


Outros destaques:

Yan Couto: um adolescente que joga como gente grande. Carvalhal tem no internacional sub-19 brasileiro um diamante por lapidar. Ofensivamente, é um regalo ver o lateral-direito jogar. Yan Couto tem facilidade em sair da pressão em drible ou apenas com um toque e foi o que fez, invariavelmente, dentro do Portimonense. Com Galeno vigiado a maioria das vezes e com Iuri em zonas inferiores, foi o defesa cedido pelo City quem ofereceu largura e criou várias situações de golo. Provou por que razão o gigante inglês o contratou com 17 aninhos.

Nakajima: o nipónico entrou aos 35 minutos e nunca se escondeu. Nakajima procurou sempre receber entrelinhas, mas logo nas duas primeiras ações, foi desarmado por Galeno. Parecia que esta não era, de todo, a sua noite. Os níveis de confiança podem estar baixos e o ritmo de jogo ainda não ser o ideal, mas o talento continua todo lá. Viu-se na jogada sensacional em que furou pelo meio da defesa adversária e só Matheus foi capaz de o travar.

Matheus: é uma mais-valia ter um guarda-redes com a sua qualidade a jogar com os pés. O brasileiro percebeu onde estava o homem livre e teve capacidade para colocar-lhe a bola em condições. Além disso, Matheus fez duas defesas de grau de dificuldade elevado – uma delas quando os bracarenses venciam apenas por 1-0 – e mostrou-se corajoso e eficaz em cada uma das saídas de entre os postes. Exibição a roçar a perfeição.

Mario González: o espanhol saltou do banco para confirmar o triunfo do Sp. Braga. Assistido por Galeno, o espanhol fuzilou Samuel e soltou lágrimas de alívio pelo primeiro golo na Liga com a camisola bracarense. Poderia ter feito outro golo nos descontos, mas atirou para a Pedreira na cara do guarda-redes algarvio.