O leão está vivo, pelo menos, por mais uma semana, até ao clássico com o FC Porto, depois de ter vencido mais um jogo reduzido a dez e novamente com um golo em tempo de compensação. Uma vitória sofrida, arrancada a ferros em Alvalade e com custos elevados: Gelson Martins, o melhor em campo, marcou o golo, tirou a camisola e viu um segundo catão amarelo que o afasta do clássico do Dragão.

Pressionado pela distância para os adversários, pela aproximação do clássico e por uma súbita virose gripal, o Sporting entrou em campo com uma equipa descaracterizada que sentiu tremendas dificuldades para impor o seu jogo, mas voltou a reclamar os três pontos na ponta final, antes de acabar o jogo reduzido a nove. Sofrido.

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Com Bas Dost de reserva para o clássico, Jorge Jesus deixou ainda de fora Piccini, Fábio Coentrão e William Carvalho que, apesar de terem sido convocados ainda esta tarde, também assistiram ao jogo da bancada, ao que tudo indica, por uma súbita virose gripal que também já tinha afastado Ristovski das opções. Baixas de última hora que obrigaram Jorge Jesus a recorrer a uma defesa totalmente remodelada, sobrando apenas Coates, acompanhado no eixo por André Pinto e nas faixas laterais por Battaglia e Acuña. Um onze que contou ainda com o regresso de Petrovic que ainda não tinha jogado em 2018. Mais à frente, Gelson, Bruno Fernandes e Bryan Ruiz no apoio direto a Montero de Doumbia. Demasiadas alterações que retiraram automatismos à equipa que demorou uma eterniadade a encontrar caminhos para a baliza de Jhonatan.

O Moreirense, por seu lado, procurou desde cedo estorvar o leão bem longe da sua área, comprometendo a saída do leão, com um meio-campo demasiado povoado. Uma contrariedade que o leão procurou resolver, desviando o jogo para as alas, com Gelson Martins a aparecer muitas vezes sobre a esquerda, para ajudar a Acuña e Bryan Ruiz a fazer chegar o jogo lá à frente. Com um futebol lento e previsível, o Sporting demorou quinze minutos até conseguir o primeiro remate à baliza, com Doumbia a amortecer uma bola para Bruno Fernandes encher o pé.

O Moreirense fechava-se bem e tentava tirar dividendos do nervosismo crescente da equipa da casa que cometia demasiados erros na fase de construção. Foi preciso esperar outros quinze minutos para nova oportunidade do Sporting. Remate frouxo de Gelson a encontrar Bryan Ruiz destacado na área, mas o costarriquenho atirou à figura de Jhonatan. A fechar a primeira parte, mais duas oportunidades flagrantes para os leões que, apesar de tudo, iam conseguindo chegar à área de Jhonatan. Doumbia caiu à entrada da área, a defesa do Moreirense parou a olhar para o árbitro e Bryan Ruiz encontrou Bruno Fernandes destacado, mas o médio voltou a atirar por cima.  Ainda antes do intervalo, cruzamento de Bryan Ruiz da esquerda, para André Pinto, em voo cabecear ao lado. Uma primeira parte com um Sporting mais forte, mas muito perdulário nas poucas oportunidades que conseguiu criar.

Dois sustos a abrir a segunda parte

Jorge Jesus também estava limitado no banco, onde estavam dois jogadores que ainda não foram utilizados esta época – Misic e Wendel – e outros dois também pouco utilizados – Lumor e Rafael Leão. O Sporting até entrou forte, com um inspirado Gelson a levar a equipa para a frente, mas logo a abrir apanhou um susto. Bilel, lançado por Tozé, entrou na área e pressionado por Battaglia atirou a contar, mas depois de controlar a bola com o braço, como corrigiu Carlos Xistra desde a Cidade do Futebol. Recomposto do primeiro susto e logo a seguir chegou outro: livre sobre a direita e cabeçada de André Micael a obrigar Patrício à defesa da noite. O jogo estava elétrico e os leões responderam com mais duas oportunidades flagrantes para abrir o marcador, mais uma vez com Gelson em plano de destaque.

Quando Jesus decidiu mexer na equipa, com a entrada de Rafael Leão para o lugar de Montero, Petrovic foi expulso, com um segundo amarelo, por uma falta que não existe. Pela segunda jornada consecutiva, o leão ficava reduzido a dez. Jorge Jesus completou depois a descaracterização completa do leão, com Misic a render Bryan Ruiz. Com Bruno Fernandes «desaparecido» em campo, o Sporting perdeu o controlo por quase meia-hora em que o Moreirense teve mais bola, mais jogo, mais tudo.

Com os minutos a correr para o final, não havia sinal do leão em campo, mas já depois de ter sido levantada a placa a assinalar quatro minutos de compensação, Gelson Martins, em mais uma iniciativa individual, rematou de trivela, a bola sofreu um desvio em André Micael e sobrevoou Jhonatan. Alvalade explodiu em festa, para logo a seguir ficar apreensiva. Na festa do golo, Gelson tirou a camisola para mostrar ma dedicatória a Rúben Semedo e viu um segundo amarelo que o afasta do Dragão.

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