Quase cinco meses depois, o Gil Vicente voltou a vencer um jogo em casa, algo que já não acontecia desde a primeira jornada. Um golo solitário de Murilo foi suficiente para que Daniel Sousa se estreasse na I Liga com uma vitória. O novo técnico dos galos entra com o pé direito e renova a esperança dos gilistas, que saem, à condição, do lugar de play-off de descida.

Já o Santa Clara teve uma reentrada no campeonato em falso. No primeiro tempo a formação orientada por Mário Silva quase não existiu, tentando, na parte final da segunda parte, emendar a mão, mas já não foi a tempo. Continua no 14.º lugar, com os galos a apenas um ponto.

Estreia de Daniel Sousa

O antigo adjunto de André Villas Boas, em estreia no campeonato, depois de levar os galos aos quartos de final da Taça da Liga, acabando eliminados pelo FC Porto, sabia que recomeçar com um triunfo era fundamental para animar as hostes barcelenses. Sem o capitão Ruben Fernandes no eixo da defesa, que se encontra lesionado, o técnico lançou o jovem Tomás Araújo no seu lugar.

Do outro lado, a equipa de Mário Silva, apesar de ocupar uma posição mais confortável na tabela, ia a Barcelos em buscar dos três pontos para, mesmo à condição, ultrapassar o Vizela e cavar um fosso para os aflitos da I Liga. Por isso, foi sem surpresas que os açorianos se apresentaram no regresso aos jogos do campeonato.

A primeira metade foi medíocre. Os motivos de interesse foram muito poucos e os corajosos adeptos que se deslocaram ao estádio a chover copiosamente devem ter-se arrependido. O Santa Clara limitou-se a defender durante os primeiros 45 minutos e raramente conseguiu importunar a baliza barcelenses no contragolpe.

Ao Gil Vicente, apesar da muita posse de bola, falta dinâmica, criatividade e velocidade de processos. Para se perceber a dimensão, o primeiro remate enquadrado em alguma das balizas surgiu apenas ao minuto 35. O autor da proeza foi Kevin, que rematou para as mãos de Gabriel Batista.

A exceção que confirmou o regra foi mesmo o golo. Numa excelente triangulação entre Fujimoto, Fran Navarro e Murilo, este último disparou à entrada da área para o fundo das redes, com o esférico a desviar em Tassano e a enganar o guardião açoriano. Estava aberto o marcador para gáudio dos barcelenses. Logo de seguida, Navarro podia ter ampliado a vantagem, mas, isolado, permitiu a mancha de Gabriel Batista.

Penálti falhado

Mário Silva percebeu que o principal perigo da turma gilista estava a nascer pelo lado direito e, por isso, retirou de jogo o amarelado Sagna e lançou Diogo Calila. Os açorianos entraram com mais bola, mas a primeira grande ocasião foi para o Gil Vicente. Ítalo, após remate de Kevin, cortou o esférico com o braço e o árbitro assinalou de pronto grande penalidade. Na conversão, Fran Navarro acerta no poste e, na recarga, Navarro, Kevin e Vítor Carvalho não conseguem emendar para golo.

Os gilistas falharam o 2-0, mas o lance teve o condão de resfriar o ímpeto ofensivo do Santa Clara. Por isso, o técnico da formação açoriana voltou a mexer, lançando MT e João Lima em jogo. Daniel Sousa respondeu com as entradas de Matheus Bueno e de Boselli. Deu-se melhor a equipa dos Açores, começando a encostar os galos na sua defensiva.

Contudo, os barcelenses iam defendendo bem e Kritciuk ia segurando a vantagem com um par de boas defesas. Exemplo disso, a estirada para impedir que o remate de João Lima entrasse. E, quando não ela os gilistas, a relva dava uma ajuda. Ricardinho isola-se pela direita, cruza para o segundo poste onde aparecia Rildo pronto a marcar. No entanto, o esférico ficou preso na água da relva e Carraça tirou o perigo.

Até ao final, o Santa Clara tentou, com pouco perigo, chegar ao golo e o Gil Vicente segurou como pôde os preciosos três pontos.