Declarações de João Henriques, treinador do V. Guimarães, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após a derrota (2-4) caseira frente ao Gil Vicente:

«O jogo fica decidido na má entrada da equipa, uma entrada apática que permitiu ao adversário forçar aquela expulsão. A partir daí a equipa andou sempre a reagir, não sendo proativa. Quando assim é a responsabilidade tem de ser maior, tem de ser passar das palavras aos atos rapidamente. Tentámos sempre reagir, andámos sempre atrás daquilo que foi o jogo. Má entrada, expulsão e a partir daí andámos sempre atrás do que o adversário ia fazendo. Mesmo a boa reação na segunda parte não apaga o que fizemos nos primeiros minutos do jogo. É inexplicável, estamos seguros, tranquilos, devíamos ser mais proativos, mas foi ao contrário e isso foi fatal para nós num jogo em que acontece tudo. Andámos sempre atrás de um adversário que veio fazer o seu papel. É demérito nosso, temos de assumir».

[Explicação para a má entrada] «Se nós tínhamos uma boa imagem do último jogo em casa, com o Boavista, era isso que tínhamos de fazer. Era o que deveríamos fazer para abordar o jogo. Não conseguimos passar o trabalho da semana para dentro do campo. É uma questão mental, ninguém desaprende numa semana ou duas, é uma questão mental do momento. Pagamos caro, ficámos condicionados com a expulsão. Volta a ser inacreditável a forma como sofremos os golos e como falhámos alguns. Temos de assumir a responsabilidade, porque assim não conseguimos ser aquilo que queremos ser, uma equipa que se impõe. Mostrámos mais receio de falhar do que em mostrar o que somos e isso é fatal».

[Rochinha] «É mais um dos jogadores que se mostrou inconformado com o que estava a acontecer. Não podemos individualizar. Perdemos todos porque entrámos mal no jogo. Quando fomos reativos fizemos coisas boas, só que perder um jogo da forma como perdemos e falar de coisas boas parece ridículo. Com o público no estádio não acontecia a entrada que aconteceu, porque eles ajudavam-nos a estar ligados ao jogo».

[Questão mental afetada quando o Santa Clara se aproxima?] «Não estou preocupado com quem vem atrás. Queríamos, pelo menos, criar essa pressão sobre quem vai à frente e é isso que vamos fazer até à frente. Desperdiçámos uma boa oportunidade. O próximo jogo é extremamente difícil, estamos com os olhos nesse jogo. Vamos olhar para a frente e não para trás. Há ainda muitos pontos em disputa e estamos confiantes».

[Explicação para esta quebra] «O futebol tem coisas curiosas. Andámos uma fase a ganhar, passávamos pelos pingos da chuva, mesmo cometendo os mesmos erros. Eu ia alertando, temos que ter compreensão. O jogador mais velho da nossa linha defensiva é o Jorge Fernandes com 22 anos. No nosso meio campo tirando André André temos o André Almeida com 20 e o Pepelu com 22. No ataque tirando o Quaresma é igual. Temos uma equipa muito jovem, que faz com que seja natural haver avanços e retrocessos, e eu fui dizendo isso quando estávamos a ganhar. Temos jogadores que têm mais capacidade mental para reagir e outros nem tanto. Tínhamos menos volume, mas tínhamos mais pragmatismo. Por outro lado, nos erros ficámos expostos e os adversários fazem golo. No futebol há situações destas. Quando falava da maturidade competitiva é isto, não tem a ver com a idade mas sim com o número de jogos a este nível. Trabalhamos diariamente, tentamos arranjar soluções para que a equipa tenha confiança. Temos de ser mais equilibrados para fazer as coisas bem, temos de voltar ao que fomos antes e ser mais pragmáticos».