Três para Bas Dost, dois para Aboubakar e mais dois para Marega e outros tantos para Jonas. A última jornada animou muito o campeonato dos goleadores da Liga, todos a dizer presente e a prometer uma disputa intensa. Em momentos e com contornos diferentes, todos eles.

Os dois golos de penálti ao Desp. Aves permitiram a Jonas manter a liderança da corrida a melhor marcador. Leva 11 e o trio de perseguidores, o holandês do Sporting e os dois avançados do FC Porto, sete cada um.

Há várias formas de olhar para golos e goleadores. Jonas, por exemplo, tem sido o abono de família de um Benfica em sub-rendimento. O que se percebe pelo peso dos seus golos no total da época dos «encarnados» na Liga: 11 em 19, mais de metade dos golos da equipa. Seferovic tem 4 e só há mais um jogador do Benfica com mais que um golo: Salvio, com dois.

O brasileiro, que está perto de chegar à marca de 100 golos em todas as competições com a camisola do Benfica, leva 97 nesta altura, está a ter um registo na Liga notável, média superior a um golo por cada um dos nove jogos que jogou. Em toda a época passada, uma temporada atípica em que esteve muito tempo de fora por lesão, marcou 13 golos em 19 jogos na Liga. Na quarta temporada na Luz, o seu melhor registo foi 15/16, com 32 golos em 34 jogos no campeonato.

Bas Dost, incrível coincidência ou um padrão?

Bas Dost, o goleador da época passada, voltou agora depois de uma seca de seis jogos. O holandês arrasou na primeira época na Liga, então também com enorme peso nos golos do Sporting: marcou 34, metade do total dos «leões» no campeonato. E só chegou a Portugal à quarta jornada, portanto fez o que fez em 31 jogos.

Esta época parecia estar a correr abaixo da fasquia que o próprio Bas Dost estabeleceu. Mas só parecia. Aliás, isto não foi nada de novo. Basta puxar pela memória para ver que até pode haver aqui um padrão. Há um ano, Bas Dost marcou quatro golos nos seus três primeiros jogos na Liga. Depois, esteve... cinco jogos sem marcar. E esse jejum aconteceu quase na mesma altura que o desta época. Ficou em branco entre a partida com o V. Guimarães (3-3), a 1 de outubro, e o bis ao Arouca, a 6 de novembro.

Esta época, marcou quatro golos nas cinco primeiras jornadas, e depois ficou em branco nos tais seis jogos, entre o jogo com o Olympiakos para a Champions (3-2), a 12 de setembro, e o «hat-trick» ao Desp. Chaves, a 22 de outubro.

Na temporada passada, depois de quebrar o enguiço Bas Dost embalou, golos atrás de golos, sem voltar a estar mais de dois jogos em branco. Até ao título destacado de melhor marcador do campeonato.

Dos três jogadores que se lhe seguiram, apenas um ainda mora na Liga: Tiquinho Soares, que foi segundo, com 19 golos a dividir por V. Guimarães e FC Porto. Seguiram-se Mitroglou, pelo Benfica, e André Silva, pelo FC Porto, ambos com 16 golos.

A seca de Bas Dost esta época coincidiu com o período em que os «leões» apenas venceram um em seis jogos, mas a equipa não está tão dependente do holandês como na temporada passada. O Sporting leva 23 golos marcados, Bas Dost «só» tem um terço deles. Há também Bruno Fernandes, um caso notável de afirmação em Alvalade a que soma capacidade concretizadora: já leva cinco golos na Liga. E ainda Gelson Martins, com três, mais Acuña, com o bis ao Desp. Chaves, num total de golos a dividir por sete.

FC Porto, uma dupla no fim do vendaval ofensivo

Tiquinho Soares continua no Dragão, mas passou para segundo plano com a chegada de Sérgio Conceição e aposta ganha na dupla de avançados regressados de empréstimo. O FC Porto tem o melhor ataque do campeonato e ele completa-se nessa dupla de finalizadores, numa equipa que, sobretudo em casa, cria um vendaval ofensivo. São 25 golos, uma média notável de 2.77 por jogo. Juntos, Aboubakar e Marega levam 14. A dividir em partes iguais pelos dois.

A equipa agradece, tanto mais que a forma como joga permite que apareça mais gente a finalizar. Brahimi já leva três golos, Corona e Marcano dois cada um, ao todo foram nove os jogadores que já marcaram pelo dragão para a Liga.

É preciso recuar seis épocas para encontrar um ataque tão concretizador nesta altura do campeonato. Foi em 2011/12 e era também o FC Porto que levava os mesmos 25 golos à nona ronda, num campeonato a 30 jornadas e que terminou com a conquista do título para o Dragão.