O Famalicão denunciou que Gustavo Assunção foi vítima de insultos racistas durante o jogo com o Tondela, tendo alegadamente sido chamado de «macaco».

O médio dos minhotos, já em tempo de compensação, ameaçou abandonar o relvado após um desentendimento com o jogador dos beirões e teve mesmo de ser reconfortado pelo árbitro, treinador e adeptos presentes no estádio.

«O testemunho do nosso jogador Gustavo Assunção é claro e denuncia ter sido ‘chamado de macaco’ pelo médio do Clube Desportivo Tondela durante a partida da 24.ª jornada da Liga. Consideramos este episódio configurador de um crime e completamente intolerável, esperando que as autoridades competentes do futebol profissional continuem a sua missão de combate a este tipo de situações, tendo sempre presente o caso reportado», pode ler-se no comunicado dos famalicenses.

O clube mostra-se «solidário» com Gustavo Assunção e revela-se empenhado «no combate ao racismo e a todo o tipo de crimes de ódio».

«Num mundo atualmente dividido, é nossa obrigação moral estabelecer um precedente para as gerações futuras sobre o que é certo e errado. Isto vai além de um jogo ou da competição. Isto é sobre a humanidade», aponta ainda a nota.

Em resposta, o Tondela está «ao lado» de Rafael Barbosa e diz «não ao racismo».

«Como sempre o fez ao longo da sua história, o CD Tondela tem uma identidade muito clara em relação aos valores que defendemos para a sociedade em geral e para o desporto em particular», lê-se na nota dos beirões.

No comunicado, o clube assume que «qualquer tipo de discriminação» é «algo intolerável e que não merece qualquer tipo de lugar» no dia-a-dia do Tondela.

«Como tal, e perante as acusações que o nosso atleta Rafael Barbosa está a ser alvo, o CD Tondela vem publicamente defendê-lo e dar conta que estará ao seu lado até ao fim», assume o clube beirão.

Os treinadores das duas equipas também comentaram o caso na flash interview, com Rui Pedro Silva a demonstrar solidariedade com Gustavo Assunção e Pako Ayestarán a referir que Rafael Barbosa mantinha a posição de que não tinha proferido palavras racistas.