A FIGURA: Herrera

Decisivo. Um golo e uma assistência, após corrida de dezenas de metros, num jogo em que começou por ser o primeiro construtor do jogo portista. Recuando até ao território do compatriota Diego Reyes, foi imaginando os ataques azuis e brancos. Sendo certo que com isso assumiu protagonismo no futebol do FC Porto, também é verdade que fazia a equipa perder uma unidade mais à frente, o que se notava, perante o bloco baixo contrário. No segundo tempo subiu uns metros, já depois de, aproveitando um erro de Muriel num canto, ter colocado a bola no buraco da agulha, para o golo que desbloqueou o duelo. A arrancada para o golo de Aboubakar foi a cereja numa exibição de alto nível. Pode não ser uma paixão evidente dos adeptos, mas Conceição já não abdica dele.

O MOMENTO: que classe Aboubakar!

Minuto 90. O Belenenses tentava numa bola parada um golo que gelasse o Dragão, mas acabou a sofrer o segundo, num contra-ataque refinado dos portistas. Herrera recebeu e arrancou imparável até à área contrária, onde abriu em Aboubakar. O camaronês sentou André Geraldes e picou sobre Muriel. Um golaço.

OUTROS DESTAQUES

Brahimi

Enquanto teve forças foi o agitador de serviço. Num FC Porto desfalcado, o talento do argelino tornou-se ainda mais vital do que o costume e, sobretudo no primeiro tempo, foi quase só ele a mexer com o ataque azul e branco, face à marcação cerrada movida a Aboubakar e à menor inspiração de Hernâni. Brilhante o trabalho ao minuto 12, sobre André Geraldes, concluído com um remate por cima. Menos fulgurante no segundo tempo onde o cansaço também foi evidente, o que o fez cair de produção até ser rendido por Galeno.

Diego Reyes

Atuação segura no lugar que tem sido de Danilo Pereira. O mexicano foi destruindo as tímidas investidas do rival no primeiro tempo e apareceu, também, no papel de construtor mais na segunda parte, onde acertou quase todas as decisões tomadas. Provou que é útil no plantel.

Jesús Corona

Só mesmo a condição física abaixo do admissível pode justificar o estatuto de suplente. Quando entrou, o FC Porto cresceu a olhos vistos. Aos 81 minutos ficou muito perto de marcar, num remate de pé esquerdo que saiu pouco ao lado, depois de desviar num opositor.

Yebda

Perdeu o colega Bouba Saré relativamente cedo, adaptou-se facilmente a Pereirinha e foi o mais lutador dos homens de Domingos Paciência. Ainda esteve perto de marcar, num remate acrobático que José Sá encaixou, em cima do intervalo, e numa outra tentativa tardia, agora aos 90, que o guarda-redes portista voltou a controlar.