A Rádio Renascença promove, nesta segunda-feira, uma conferência para debater «Que futebol queremos para Portugal?», na qual participaram vários atores deste mundo, entre os quais os antigos internacionais portugueses Nuno Gomes, Maniche e Marco Caneira.

Confrontados com a questão que deu o mote para o evento, os ex-jogadores apontaram algumas possíveis soluções, mas levaram o debate para outras latitudes, apontando, por exemplo, situações que consideram que têm de mudar rapidamente para serem base da mudança que se pretende.

Maniche, por exemplo, aponta a descentralização dos direitos televisivos como um problema para a evolução do futebol luso.

«Se em Portugal está a única Liga que vende os direitos de televisão individualmente, clube a clube, como pode ser competitiva?», questionou, criticando: «cada clube olha apenas para o seu umbigo».

O jogador que passou pelos chamados três grandes, principais beneficiados da centralização dos direitos, criticou também o tempo que a justiça desportiva demora, comparando com o tempo de decisão dos lances em análise.

«As decisões disciplinares têm de ser tomadas em dois ou três dias. No campo, enquanto jogador, eu tinha de decidir no momento. Bem ou mal, a minha decisão tinha de ser tomada em frações de segundos. Essas decisões deviam ser tomadas mais rapidamente, dois ou três dias acho que seria razoável», aponta.

Nuno Gomes, por seu turno, gostava que a opinião dos principais atores do futebol, os jogadores, fosse escutada mais vezes.

«Os jogadores são pouco ouvidos. Muitas vezes, são também eles culpados porque desleixam-se, por exemplo, no apoio ao sindicato. Mas tem de se dar mais vezes a palavra aos jogadores».

Já Marco Caneira defende que a abertura dos clubes a investidores deve ser uma das soluções para a evolução do futebol português.