O Benfica-FC Porto do próximo sábado terá um impacto económico de 25.1 milhões de euros, estima  um estudo do Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM) que avaliou as potenciais receitas diretas e indiretas do clássico da 27ª jornada da Liga, onde se joga a liderança do campeonato. 

Este valor supera avaliações anteriores, de 19.5 milhões de euros em 2009 e 23.2 milhões em 2015, naquilo que os responsáveis do estudo consideram refletir a «tendência de aumento» das receitas em torno do futebol. «O mundo do futebol tem nos últimos anos aprendido a gerir melhor o produto que tem nas mãos, com mais atenção e mais credibilidade», diz à Lusa Daniel Sá, diretor executivo do IPAM e coordenador do estudo, que vê o futebol como um desporto «cada vez mais atrativo, gerando mais atenção e, consequentemente, mais dinheiro». O clássico, estima ainda o IPAM, terá uma audiência televisiva entre os 3.5 e os 4 milhões de espectadores, além de 65 mil adeptos no estádio.

Foram analisados os potenciais beneficiários das receitas diretas e indiretas do jogo, numa lista que começa nos próprios clubes mas passa também pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, agências de publicidade, agências de meios, empresas de catering, transportes, hotelaria, cafés, restaurantes, segurança e limpeza, PSP, empresas de apostas, jornais, canais de televisão, rádio, gasolineiras, empresas concessionárias de autoestradas, marcas desportivas, cervejeiras, hipermercados, entregas de comida ao domicílio e tabaqueiras, «entre muitos outros».

São 4.118 milhões de receitas diretas, que têm a ver com a organização do jogo. Contabilizam-se aqui o impacto das receitas de bilheteira do Estádio da Luz e os direitos de transmissão nacional e também internacional, via internet, da Benfica TV, além da publicidade e ações promocionais no estádio, a contratação de empresas de segurança privada, mais uma estimativa de 600 agentes da PSP destacados para a Luz. E ainda a restauração e os serviços de hospitalidade prestados por várias empresas.

Quanto às receitas indiretas, foram estimadas em 21.020 milhões e enquadram uma série de atividades associadas ao jogo, de acordo com as conclusões do estudo: «A publicidade, as assinaturas da Benfica TV, o acréscimo de vendas de jornais com particular incidência nos meios desportivos, as apostas on-line, o merchandising em redor dos estádios e nas próprias lojas dos clubes, as deslocações de adeptos, o consumo em casa e na restauração, tendo em conta o fenómeno recente das transmissões pelo canal Benfica TV em cafés e restaurantes e que proporciona um valor elevado do consumo nestes locais onde se replica um pouco o efeito do estádio.»

O estudo avalia o impacto não apenas no dia do jogo, mas também nos dias anteriores e na fase de rescaldo, no dia seguinte, enquadrando-o em seis momentos diferentes.