Mário Jardel foi convidado pela ESPN a comentar o título do Sporting, confirmado na passada terça-feira, dezanove anos depois do último em que o avançado brasileiro foi um dos protagonistas. O antigo jogador, em jeito de brincadeira, explica o longo jejum pelo facto de ter parado de jogar.
«Demorou porque eu não estava jogando, parei de jogar», disse sorridente.
Mais a sério, Jardel explicou a importância do título para os leões no contexto da liga portuguesa dominada alternadamente, nos últimos anos, pelo Benfica e pelo FC Porto. «Era sempre Porto, Benfica, Porto, Benfica. Senão me engano o Sporting foi campeão em 1999 e em 2001/02, comigo, depois só voltou a ser campeão ontem, foi um dia muito especial», contou numa conversa com outros intervenientes.
Mais a sério, o avançado procurou explicar o longo jejum dos leões. «O Sporting sempre teve uma estrutura maravilhosa, em todos os aspetos, tem uma grande academia, tem dinheiro, mas com contratações erradas. Com um planejamento mal feito, sofre a torcida e sofre os cofres do clube. Isso fez com que demorasse esses 19 anos», destacou.
Além disso, Jardel destaca a marca deixada pelo treinador. «O Ruben Amorim veio para deixar a sua marca, ele conseguiu entrar para a história como eu também deixei a minha marca. Quero dar os parabéns a todos, à equipa do Sporting, à comissão técnica e direção. Conheço bem essa casa, ontem foi um dia em que Lisboa parou», prosseguiu.
Mais difícil, para Jardel, foi explicar a diferença de um título conquistado no Sporting e os outros que conquistou pelo FC Porto. «Muita responsabilidade nessa resposta. Eu estive quatro anos no FC Porto, fui quatro vezes melhor marcador, não ganhei no último ano, mas tem uma atmosfera diferente no norte, há um controlo maior. Não sei se é dos dirigentes, mas tem algo especial no lado do norte, até porque o FC Porto fez uma campanha maravilhosa na Champions League. Esteve nos quartos de final depois de eliminar a Juventus, mas dizem que do lado de Lisboa o pessoal gosta mais de festa. Do lado do FC Porto gostam de ser mais controlados. De certa forma existe uma verdade aí e acredito que isso faça diferença nos títulos», comentou ainda.