Jesualdo Ferreira, treinador do Boavista, em declarações na sala de imprensa do estádio do Bessa após a derrota por 1-0, em jogo da 18.ª jornada da Liga:

«O Boavista fez um bom jogo. Foi melhor que o adversário, esteve sempre por cima durante o jogo. O próprio treinador do Nacional reconheceu. A equipa não foi capaz de marcar e sofremos como sofremos. No final fui ao balneário dar os parabéns aos jogadores. Enquanto estivermos aqui, é importante que os jogadores joguem sempre assim, que discutam o jogo e queiram muito que as coisas virem.

Não é muito normal o que está a acontecer ao Boavista. Há sempre dois ou três acontecimentos difíceis de explicar. Não tenho nada a apontar aos meus jogadores. Toda a gente esteve a um nível que me permite ter algum orgulho. Há momentos em que é preciso mais serenidade e melhor capacidade de decisão, mas isso tem a ver com a história do Boavista desde que cheguei e antes de eu chegar. 

Há condições para o Boavista atingir o seu objetivo pelo que demonstrámos hoje dentro de campo. Exige-se que os jogadores trabalhem e façam o que fizeram hoje. O Boavista fez 14 remates dentro da área adversário. Isso significa não só que foi capaz de chegar lá como foi capaz de ficar lá e de criar situações. Só naõ marcámos. Depois quando as coisas estavam a entrar no momento crítico, ficámos com dez. Só aí é que o Nacional teve liberdade.

Não me lembro de ter visto situações como as que estão a acontecer no Boavista. Perdemos dois jogos em casa da forma que perdemos. Sabem o que aconteceu em Tondela, não sabem? Não é fácil influenciar os jogadores para determinado tipo de jogo quando depois não acontece nada que esteja de acordo com o objetivo. Há momentos em que os jogadores querem muito e outros em que sentem angústia e desânimo. Ninguém pode desistir de chegar aos limites. Esta foi das derrotas que mais me custou. Não quero falar do último jogo, mas desde Tondela que se cortou a linha de desenvolvimento da equipa. 

O Javi atirou uma bola ao poste. Temos de entender que há adversários. Temos médios, lateral aberto e ao mesmo tempo, temos de ter homens por trás para recuperar imediatamente a bola quando a perdemos. Caso contrário, nunca vamos controlar o jogo. Temos de ter a equipa organizada quando perdemos a bola. Só assim controlamos o espaço e a bola. O Boavista ganhou a segunda bola, ganhou bolas na pressão, mas há qualidade da parte dos adversários.»