O secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo, admite que a retoma da Liga de futebol avance com um número reduzido de estádios, e deixa também em aberto a possibilidade de jogos com transmissão em canal aberto.

«Os especialistas de saúde da Federação Portuguesa de Futebol e da Direção Geral da Saúde com certeza encontrarão as melhores formas para a redução ao máximo do risco, sabendo que zero não é possível. Se passa por menos estádios, mais concentração numa região ou outra, isso é matéria que a FPF, a Liga e a DGS estão a trabalhar», refere o governante, em entrevista à Antena 1.

Relativamente às transmissões televisivas em canal aberto, João Paulo Rebelo admite que essa é uma ideia que o Governo tem discutido, mas garante também que não foi conversada com as operadores ou com as instituições desportivas.

«Temos pensado nisso, mas é um tema que ainda não foi discutido com os operadores, FPF ou Liga. Sabemos perfeitamente que os cafés, associações e outros locais públicos são também locais de romaria, para lá dos estádios, onde vão aos milhares, com grupos de dezenas de pessoas a concentrar-se, o que hoje não é desejável», explica.

O que já está em discussão é uma centralização dos direitos televisivos a partir de 2027.

«Portugal é um caso quase excecional na Europa quando não tem a venda de direitos de forma centralizada. Isso vai contribuir para melhoras no futebol», adianta João Paulo Rebelo.

Relativamente ao fim da II Liga, o secretário de Estado garantiu que «o Estado não interveio, pois foi uma decisão tomada pela Liga, FPF e DGS».

«Resulta mais uma vez consensualmente da reflexão feita por essas entidades que concluíram que tais condições técnicas, organizativas, de saúde, despistagem, proteção e isolamento dos próprios jogadores seria muito difícil para os clubes da II Liga pudessem acompanhar em termos de investimento necessário a fazer», explicou.