Denis deu um grande galo - não o de Barcelos - e acabou, já nos minutos finais, com a vontade da sua equipa em tentar evitar a derrota, principalmente quando teve vantagem numérica após a expulsão de Licá aos 60 minutos. Os algarvios conseguem uma vitória importante, antes da deslocação a Guimarães e da receção ao FC Porto. E largam a última posição da classificação e a zona de descida.

Afetado por uma onda de lesões, Sérgio Vieira não pôde contar com oito jogadores, três deles defesas centrais e Cláudio Falcão, médio que tem atuado nessa posição devido aos problemas físicos que têm afetado o setor. Neste domingo, mais uma vez, o treinador do Farense foi obrigado a adaptar Bura ao lado de Cássio Scheid, que não era utilizado desde a 3.ª jornada, na derrota frente ao Benfica. E só dispôs de oito suplentes, dois deles guarda-redes. E neste jogo, mais um jogador teve que ser substituído por lesão ainda antes do intervalo, o extremo Hugo Seco, após toque de Rodrigão, no início da jogada que originou o golo de Lourency, além de Licá ter sido expulso, aumentando assim ainda mais as dificuldades do treinador para o próximo jogo, em Guimarães. No Gil Vicente, Ricardo Soares também não contou com João Afonso e Ygor Nogueira, infetados com covid-19.

FILME, FICHA DE JOGO E VÍDEOS DOS GOLOS

Com grande eficácia, o Farense chegou rapidamente a uma vantagem de dois golos. Aos 10 minutos, Stojiljkovic elevou-se mais alto do que Ruben Fernandes no centro da defesa e desviou de cabeça, dando a melhor sequência a um livre de Amine, na esquerda. Os algarvios marcaram na primeira grande oportunidade do jogo e voltaram a fazê-lo cinco minutos depois por Licá, assistido por Hugo Seco, que aproveitou uma hesitação de Rodrigão: o extremo ficou com a bola e endossou-a a Licá, que só teve de encostar para a baliza deserta. Segundos antes, Samuel Lino num trabalho individual na esquerda, rematou cruzado ao lado, naquela que foi a primeira grande ocasião dos gilistas.

Num jogo movimentado, com frequentes acelerações das duas equipas e várias transições, o Gil Vicente reduziu antes da meia-hora, por Lourency. O extremo rematou forte e colocado de fora da área, depois de ter tirado Alex Pinto da frente e fletido da esquerda para o centro. Refira-se que o VAR ainda analisou uma possível falta de Rodrigão sobre Hugo Seco no início da jogada, mas não encontrou razões para assinalar infração.

Perto do intervalo, o Farense poderia ter aumentado a vantagem, após boa iniciativa de Madi Queta, que solicitou a entrada de Ryan Gauld nas costas da defesa gilista, com o escocês depois a tentar colocar em Stojiljkovic na área, mas Talocha cortou para canto. Na sequência, Cássio Scheid cabeceou sem oposição, mas a bola foi direitinha para as mãos de Denis.

A expulsão de Licá, após alerta do VAR a Hugo Miguel, motivou a equipa de Ricardo Soares, que depois do equilíbrio até esse momento tomou de assalto o último reduto algarvio, mas, refira-se, raras vezes colocou em perigo a baliza de Defendi. Para contrariar esse sentido ao jogo dado pelo gilistas, Sérgio Vieira equilibrou a sua equipa em 4x4x1, colocando velocidade nas alas para tentar surpreender.

O Gil Vicente teve posse mas faltou-lhe definição. E, nunca conseguiu tirar partido da vantagem numérica, raramente entrando na área farense, limitando-se a cruzamentos facilmente anulados. E até foi dos algarvios a melhor oportunidade para aumentar a vantagem, num contra-ataque entre Madi Queta e Ryan gauld, com o remate do extremo luso guineense a ser desviado por Ruben Fernandes.

A seis minutos do final, o jogo ficou sentenciado, com Denis a dar um grande frango (leia-se... galo), deixando a bola passar ao lado das mãos, num disparo de Fabrício Isidoro.