«Tem dia que tá bem

Tem dia que não tá legal

Tem dia que tá zen

Tem dia que tá baixo astral»

Seu Jorge canta-a; o Sporting aplica-a em campo.

Mais do que pôr a equipa a jogar à bola, o grande desafio de Silas por estes dias é prescrever uma receita eficaz contra transtornos bipolares.

Este domingo, depois da dupla jornada com o Gil Vicente, o Sporting voltou aos triunfos para a Liga, derrotando com justiça um corajoso Moreirense, que não se fechou no meio-campo defensivo e contribuiu para que Alvalade se despedisse de 2019 com um bom jogo.

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Depois de ter dito na antevisão ao jogo que só há um jogador intocável no Sporting, Silas promoveu quatro alterações no onze comparativamente com a equipa que fez alinhar de início na derrota em Barcelos para o campeonato: a Bruno Fernandes e mais seis juntaram-se Ristovski, Neto, Borja e Bolasie.

O Sporting entrou agressivo no jogo, procurando aproveitar o espaço que os visitantes, com um bloco compacto mas subido no terreno, lhe concedia. Aos 12 minutos, Bolasie introduziu a bola na baliza do Moreirense, mas aquilo que parecia ser a materialização da superioridade leonina acabou com um golo anulado por fora de jogo de 14 centímetros.

O domínio dos leões foi-se esbatendo lentamente e o Moreirense tornou-se ainda mais afoito. Aos 22 minutos, Luther Singh (uma seta apontada à baliza de Max) esteve perto de colocar os visitantes na frente num lance em que Neto saiu lesionado após choque com Luís Maximiano.

O Sporting andou longos minutos à deriva e nem Bruno Fernandes, muito envolvido mas demasiado errático hoje, conseguiu serenar a equipa.

A segunda parte começou praticamente com uma bola no poste da baliza do Moreirense, na sequência de um livre batido por Mathieu.

O francês foi o melhor da noite: não só se destacou pela excelência no trabalho defensivo, como se evidenciou no processo ofensivo. Foi dele o passe para o golo decisivo de Luiz Phellype numa das primeiras ações do brasileiro, lançado em jogo minutos antes para o lugar de Jesé.

Em desvantagem no marcador, o Moreirense, que se expôs menos na segunda parte até ao golo dos leões, teria de arriscar em busca da felicidade, mas a expulsão quase imediata de Iago Santos por acumulação de amarelos comprometeu irreversivelmente a estratégia minhota.

O Sporting podia ter alcançado a tranquilidade. Rafael Camacho esteve perto e Bruno Fernandes também, mas o capitão, obsessivo-compulsivo na busca por arrumar com os acontecimentos (como faz quase sempre), estava em noite não.

Não está alto astral, mas está legal.

Vitória justa da equipa de Silas, que está agora a um ponto do pódio da Liga.