Quantas vezes não se sentou no sofá para assistir a um jogo e à medida que este decorria, não consegue controlar o sono? Poderia ter-lhe acontecido a assistir à primeira parte do Boavista-Marítimo.   

É verdade que o duelo era importante para ambas as equipas na fuga à despromoção. No entanto, o medo de perder nunca pode ser mais forte. O tempo acabou por ser bom conselheiro e as formações mudaram de postura à entrada para os trinta minutos finais.

No fundo, esta é uma crónica quase da meia hora final do jogo.

O Boavista deu o mote com uma transição deliciosa conduzida por Angel e concluída por Elis. Do outro lado, Joel Tagueu obrigou Léo a uma excelente defesa. O Marítimo apanhou novo susto quando Chidozie falhou o desvio e por pouco não traiu Amir.

Os insulares estavam a ser a melhor equipa. Embora não tenham criado grandes ocasiões, criaram mais que o adversário na primeira parte, controlaram a posse de bola e raramente permitiram saídas rápidas aos axadrezados. Assim que perdiam a bola, os jogadores do Marítimo «abafavam» o rival e recuperavam-na prontamente.

Foi, por isso, com justiça que chegou o golo dos madeirenses: Pelágio picou para Joel e este assistiu Alipour (63m). Em desvantagem, o Boavista melhorou e ameaçou o golo como nunca o havia feito. O pouco inspirado Angel esteve perto de ser feliz num pontapé cruzado que saiu ligeiramente ao lado. Pouco depois, o inglês viu Elis chegar ligeiramente atrasado ao seu cruzamento.

Era a hora do prodígio ex-Manchester United carregar o Boavista e inventar situações de golo. Não se escondeu e criou, novamente, uma excelente oportunidade, mas Hamache rematou fora do alvo já na área. Nesta fase, o Marítimo agarrava-se com unhas e dentes ao triunfo que lhe valia a saída da zona de descida.

O futebol é, por vezes, simples. Ganhou o Marítimo, a equipa que fez mais por isso desde o primeiro minuto.