Não foi bonito, muito menos espetacular, e esteve quase para ser à Boavista. A pantera ficou a quatro minutos de quebrar um ciclo de nove jogos (!) sem vencer para a Liga, mas Henrique silenciou o Bessa com um cabeceamento certeiro aos 90+5 e deixou tudo empatado

O avançado brasileiro, lançado ao intervalo, igualou a contenda e roubou a capa de herói a Musa, autor do golo inaugural logo aos cinco minutos.

Em estreia na segunda passagem pelo Bessa, mais de meia década depois, o técnico conseguiu em poucos dias colocar a equipa à sua imagem: matreira, cheia de raça e vontade, e pressionante. Estes foram, aliás, os alicerces do jogo do Boavista.

Petit não poderia ter desejado melhor início de jogo, visto que aos cinco minutos, o gigante croata que mora no Bessa fez o 1-0. Um golo de ângulo apertado a punir uma falha de comunicação entre Matheus e Paulo Víctor.

Um golo madrugador do adversário era tudo o que de pior podia acontecer ao Marítimo. Apesar da equipa começar a praticar o estilo de jogo que Vasco Seabra – de volta ao Bessa – preconiza, o processo está longe da maturação, obviamente, e sentiu dificuldades perante um oponente sentado a defender num bloco baixo. 

Os insulares foram donos e senhores da bola, em parte porque o Boavista assim desejava, mas sentiram inúmeras dificuldades para ultrapassar o 5-4-1 contrário. Aliás, a formação madeirense chegou ao intervalo apenas com um remate à baliza de Beltrame.

Se as oportunidades de golo escassearam, as faltas e as interrupções de jogo foram uma constante. Este foi o filme da primeira parte, distinto daquele a que se assistiu no segundo tempo. O Marítimo entrou melhor e começou a ter olhos para a baliza de Beiranvand. O iraniano foi, de resto, decisivo ao travar um cabeceamento na pequena área de Tagueu.

Lentamente, a pantera começou a mostrar os dentes ao Marítimo e conseguiu algumas saídas interessantes. Numa dessas ocasiões, Zainadine travou Yusupha em falta e viu o segundo cartão amarelo. No entanto, o Boavista mal teve tempo para aproveitar a superioridade numérica: Makouta foi expulso igualmente por acumulações de cartões volvidos sete minutos (77m).

Dez para dez, o Boavista poderia «fechado» o jogo a sete chaves, mas Paulo Victor negou o golo a Musa. Com o encontro a caminhar para o final, os axadrezados caíram na tentação de recuar e defender nos últimos 30 metros. Por sua vez, Vasco Seabra introduziu homens para o ataque e após vários cruzamentos para a área, o Marítimo foi feliz graças a um desvio certeiro de Henrique.

Foi emotivo, sim senhor, mas jogou-se pouco. Empate saboroso para o Marítimo enquanto que para o Boavista, o resultado sabe a derrota.