Mais do mesmo: o Benfica volta a desperdiçar pontos e já está a quinze de distância do Sporting. Esta perdeu-os por culpa própria, desperdiçando oportunidades mais do que suficientes para alcançar outro resultado. E continua sem vencer fora de casa em 2021 – a última foi em Barcelos. Já vão cinco jogos consecutivos sem triunfos fora da Luz (veja aqui a ficha e o filme do jogo).

A dúvida persistia, mas foi desfeita quando foram conhecidas as equipas: Jorge Jesus voltava aos dois centrais, em vez de três, utilizados no jogo com o Arsenal. No Farense também havia a incerteza de quem iria jogar como lateral-direito, face aos impedimentos de Tomás Tavares e Alex Pinto: a escolha de Jorge Costa recaiu em Bura, adaptado à posição.

E foi por aí que o Benfica tentou explorar a baliza algarvia, tentando aproveitar essa adaptação e a falta de rotinas que o médio guineense poderia acusar. Sucessivamente, Nuno Tavares – que não era titular desde o jogo no Dragão – Everton Cebolinha e também Darwin investiam nesse corredor e com alguma facilidade o Benfica conseguiu criar situações privilegiadas para finalizar, faltando contudo, pontaria.

Os encarnados assumiram o controlo do jogo e desperdiçaram oportunidades mais que suficientes para evitarem os sustos que apanharam. Darwin Núñez foi o mais perdulário, falhando de forma incrível três situações antes do intervalo. Mas Everton também esteve mal nesse capítulo, visando de forma deficiente a baliza de Defendi, que revelou sempre atenção nos remates direcionados, menos os que os jogadores efetuaram e saíram ao lado: a falta de pontaria foi mesmo acertar na baliza! Até porque o Benfica chegava com facilidade a zonas de finalização.

O Farense foi obrigado a assumir uma atitude expectante, mas nunca deixou de tentar visar a baliza defendida por Helton Leite, em transições rápidas procurando tirar partido do adiantamento dos encarnados. Foi assim quando Pedro Henrique surgiu na cara de Helton Leite, que foi corajoso efetuando grande defesa junto ao solo e no golo anulado pelo VAR a Licá, que estava em 15 centímetros fora-de-jogo: o passe em profundidade de Lucca para as costas de Nuno Tavares, que Licá finalizou, foi um novo aviso de que os algarvios estavam vivos, apesar de remetidos a zonas defensivas.

Aguentado o ímpeto dos encarnados, depois do intervalo o Farense subiu a equipa e o Benfica sentiu dificuldades em soltar-se. O controlo dividiu-se e Jorge Jesus mexeu na equipa, com as entradas de Diogo Gonçalves e Waldschmidt, retirando Gilberto e Núñez, num sinal de insatisfação.

Pouco depois o Benfica construiu a primeira oportunidade para marcar na segunda parte, com Rafa, isolado, a desperdiçar um passe de Seferovic. O remate do extremo bem travado por Defendi, efetuando uma enorme mancha. Com as entradas de Grimaldo e Pizzi, o Benfica voltou a ser mais insistente no ataque, com o português a acertar no poste direito. O Benfica voltava a estar por cima, mas tal como na primeira metade, a finalização continuava deficiente, como num remate de Seferovic, solto na área, que passou ligeiramente por cima.

A pouco mais de dez minutos do final, Ryan Gauld voltou a provocar um susto a Helton Leite, mas a atenção do guarda-redes brasileiro foi determinante para desviar para canto um remate intencional do escocês.

Até final o Benfica ainda insistiu, mas não conseguiu marcar, perdendo mais dois pontos. O Farense não perde há três jogos consecutivos e não sofreu golos pela primeira vez neste campeonato.