Melhor estreia não poderia desejar de Pedro Ribeiro no comando do Belenenses SAD. Na visita ao Marítimo, para a 5.ª jornada, os azuis venceram pela primeira vez na Liga e também marcaram os primeiros golos prova, e logo três… 

Um triunfo justo, sublinhe-se desde já, pois a formação lisboeta revelou-se a melhor equipa durante quase toda a partida, impondo um futebol pensado, bem apoiado e matizado com a intensidade certa nos momentos em que esta era mais exigida. 

O oposto serve para descrever a exibição de Nuno Manta Santos. O Marítimo só conseguiu dar um ar de sua graça, no segundo tempo, que iniciou a perder por 2-0, mas depois ficou evidente que a equipa carece de um fio de jogo, de ideias claras em quase todos os processos.   

Ficha de jogo

A sorte, que foi bem procurada pelos visitantes, começou a sorrir com o golo olímpico de André Santos, marcado desde o canto esquerdo do ataque do Belenenses SAD. Charles seguiu a trajetória da bola, e nem quis acreditar quando viu a bola entrar na sua baliza, junto ao segundo poste.

Decorria o minuto 10 e o golo premiava a melhor entrada dos azuis de Lisboa no jogo, feita com um futebol apoiado e com intensidade suficiente para chegar com regularidade ao último terço insular.  

O Marítimo reagiu pouco depois, por intermédio de Daizen, que roubou uma bola a Gonçalo Silva, perto da meia lua, mas o internacional nipónico, depois de entrar na área de rigor, atirou enrolado e para fora. René, em cima dos 20’, atirou perto da grande área e em zona frontal para Koffi encaixar sem grandes dificuldades.

Mas o melhor futebol do Belenenses continuou a imperar em campo, embora também por culpa de uma certa apatia dos comandados de Nuno Mata Santos, muito permissivos na defesa, e pouco esclarecidos nas transições.

Aos 36’, André Santos esteve muito perto de bisar, mas valeu ao Marítimo o poste e, no primeiro remate, e depois, na recarga, o corte de Kerkez para canto.

Ante um adversário sem ideias nem fio de jogo, a formação de Pedro Ribeiro confirmou o melhor momento com novo golo, já em cima dos 45’, também na sequência de um pontapé de canto.

Charles saiu a soco e acertou na bola, mas o guardião tropeça depois num homem do Belenenses SAD, estendido no relvado, e o esférico fica à mercê de Matija, que ao tentar fazer a recarga de cabeça serve Kikas, que acabou por finalizar de cabeça ante a oposição de Rodrigo Pinho.

Nuno Manta mudou uma peça ao intervalo, fazendo entrar Erivaldo para o lugar de Edgar Costa. E sem tempo para ver o efeito da alteração, festejou o golo de Marcelinho, aos 47’, a passe de Nanu desde a direita, naquela que foi a primeira jogada com princípio, meio e fim do conjunto insular em toda a partida, e que teve início em René. 

A entrada forte dos verde-rubros manteve-se nos minutos seguintes, com lances de grande perigo a surgirem em catadupa na grande área de Koffi.  Mas o gás durou apenas um quarto de hora e sem conseguir consumar a igualdade que chegou a parecer uma questão de tempo.

O Marítimo começou continuou a aparecer mais vezes junto da grande área dos azuis, mas a turma de Pedro Ribeiro foi dando conta do recado, com uma entrega coletiva muito sólida. Daizen, aos 75’, conseguiu cabecear já muito perto da baliza de Koffi, mas o guardião nigeriano, muito bem colocado, só teve de encaixar. 

O Belenenses apostava nas transições rápida, e foi numa delas que veio a conquistar um livre, descaído sobre a direita, que acabou por resolver o jogo e fixar o resultado. André Sousa, de pé esquerdo, atirou forte e ao ângulo, sem hipóteses para Charles.            

Robinho, pouco depois de ser lançado a jogo, esteve muito perto de assinar o quarto. Só não o fez porque Nanu, em cima da linha de golo, ofereceu o corpo à bola, num lance em que Charles saiu mal da baliza. O Marítimo safou-se da goleada, que seria também um castigo pesado, mas a derrota assenta com toda a justiça.