Um autogolo anotado no primeiro momento do jogo, aos 35 segundos, selou este sábado o primeiro triunfo do Marítimo com José Gomes, em jogo da 14.ª jornada da Liga. A vitória por 1-0, sobre o Boavista de Lito Vidigal, representou também o regresso às vitórias dez jogos depois, contando todas as competições.

O conjunto insular não marcou por jogadores seus, mas acabou por justificar a vitória por ter sido a equipa que, ao longo dos 90 minutos, mais oportunidades criou para ampliar a vantagem, ante um conjunto axadrezado que ficou reduzido a dez elementos pouco depois do reatamento e que revelou pouco fio de jogo ofensivo.   

Na ressaca da segunda derrota em casa da época, averbada na última ronda ante o Benfica (4-1), Lito Vidigal promoveu cinco alterações no onze: saíram Neris, Carraça, Obiora, Marlon e Sauer, para as entradas de Idris, Dulanto, Ackah, Heriberto e Edu Machado. Do lado do Marítimo, José Gomes operou três mudanças no onze que empatou com o Santa Clara: Rúben Ferreira, Edgar Costa e Marcelinho cederam os lugares a Bebeto, Fábio China e Getterson.

Melhor entrada no jogo não podia desejar o Marítimo. Na primeira iniciativa atacante, Nanu, bem isolado por Bebeto, partiu com tudo para a área axadrezada e ao tentar servir Maeda no segundo ponte, viu Idris desviar para o fundo das suas redes: estreia infeliz do capitão do Boavista esta época, no primeiro jogo realizado.

Pouco depois, Getterson atirou perto do poste esquerdo da baliza de Bracali, mas estava em fora de jogo. Na resposta, Paulinho, após bom trabalho de Heriberto na direita, ficou perto do empate, levando a bola a rasar o poste esquerdo da baliza de Amir. 

O jogo começou quente e manteve-se assim, mas com sinal mais para o Marítimo. Aos 12’, Bracali, com uma grande defesa, negou o 2-0 a Getterson, já perto da pequena área, após um canto. Depois, Maeda pecou ao agarrar-se à bola em excesso, na sequência de um lance de desequilíbrio que o próprio criou quando ganhou, na raça, uma bola a meio campo.

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À entrada para a meia hora, os insulares mandavam, circulando o esférico com paciência e à espreita dos momentos de rotura, ante um conjunto boavisteiro que exagerava nos passes longos ou bolas paradas, que acabavam quase sempre anuladas pelo Marítimo, com destaque para Zainadine. 

O último quarto de hora contou com um Boavista mais atrevido, em modo pressão alta e a não permitir iniciativas atacantes aos madeirenses. Mas a turma de Lito Vidigal revelou incapacidade para criar perigo efetivo e chegar à igualdade antes do descanso.

O técnico dos axadrezados queria mais e ao intervalo deixou Idris nas cabines, fazendo entrar Sauer. Mas a nova ideia de jogo dos axadrezados sofreu um rude golpe quando Dulanto foi expulso com vermelho direto, aos 47 minutos. Os visitantes protestaram a decisão, mas o árbitro considerou mesmo falta sobre Evaldo, que procurava isolar-se após passe magistral de Getterson. Este encarregou-se depois do livre, mas não acertou com a baliza de Bracali.

Apesar da inferioridade numérica, o Boavista chegou a encostar o Marítimo. Mas por pouco tempo. A equipa de José Gomes soube aguentar a pressão axadrezada e, com paciência, tal como pedido pelo técnico na antevisão, foi criando os principais lances de golo. Maeda, aos 74’, pôs o estádio a festejar, mas o tento acabou anulado por fora de jogo. Três minutos depois, Getterson definiu mal perto da baliza.

Mesmo com Mateus e Yusupha em campo para o ataque final, o Boavista revelou-se incapaz de furar o esquema defensivo insular, que exibiu grande segurança.