Tudo dividido na Madeira. O FC Porto foi ao Funchal empatar com o Marítimo, num jogo de extremos, marcado pelo domínio portista no primeiro tempo, que contrastou com uma exibição bem mais apagada na segunda parte. Depois de ser ter adiantado, a equipa de Sérgio Conceição foi surpreendida à beira do intervalo e os segundos 45 minutos mostraram um FC Porto mais ansioso, perante um Marítimo que foi crescendo, chegando mesmo a ameaçar ficar com os três pontos em casa.

A primeira oportunidade para o FC Porto surgiu aos sete minutos, com a bola a sair ao lado da baliza de Paulo Victor. Na resposta, volvidos pouco mais de 30 segundos, o Marítimo aproximou-se também pela primeira vez com perigo da baliza de Diogo Costa, mas Alipour estava em posição irregular. Era um aviso, porém, de um Marítimo que não se mostrava propriamente encolhido, pese embora a superioridade portista. Ambas as equipas eram muito agressivas sobre o portador da bola, mas seria sol de pouca dura.

Aos 17 minutos, Paulo Victor abusou da sorte e levou muito tempo para limpar a sua grande área, deixando que Toni Martínez lhe apertasse o ângulo de ação. O espanhol dividiu a bola com o guarda-redes brasileiro e o esférico fez um arco, caindo sobre a malha superior.

FICHA DE JOGO e AO MINUTO no Funchal

No minuto seguinte, primeiro Taremi e depois Toni Martínez estiveram perto do primeiro golo, num lance de atrapalhação na pequena área verde-rubra. Ivan Rossi estava no sítio certo para evitar males maiores para os insulares e conseguiu afastar o perigo, quase em cima da linha de golo.

Jogo muito intenso do FC Porto, com muita pressão imprimida sobre os homens de verde e vermelho, que pareciam, por esta altura, completamente perdidos, o que resultava numa catadupa de oportunidades para os azuis e brancos. Luis Díaz, em especial, beneficiava de um corredor demasiado aberto do lado direito da defensiva insular, e os dragões só pecavam na finalização.

Ao fim de muito laborar, o FC Porto conseguiu converter em golo o seu imenso caudal ofensivo, num lance de alguma confusão. Leo Andrade perdeu a bola para um adversário, permitindo uma investida letal dos portistas. Desviado o guarda-redes da jogada, Luis Díaz tentou marcar em esforço, com Taremi a confirmar e a empurrar, em definitivo, a bola para o fundo das redes, para acabar com qualquer dúvida, ainda que o golo tivesse mesmo sido atribuído ao colombiano.

Ainda sem qualquer remate à baliza dos dragões, só nos descontos da primeira parte é que o Marítimo conseguiu puxar o gatilho, com André Vidigal a tentar a sua sorte, mas sem grande eficácia, deixando o esférico passar um pouco acima da baliza. Não seriam precisas muitas mais oportunidades, todavia, para que os madeirenses chegassem ao golo da igualdade.

Apesar do domínio quase absoluto do FC Porto, 14 minutos de abrandamento portista foi quanto bastou para que o Marítimo capitalizasse e nivelasse de novo o marcador. No último dos quatro minutos de compensação, Xadas fez o gosto ao pé, num belo remate, em jeito, à entrada da grande área, para deixar o caldeirão em ebulição. Um tiro de pé esquerdo, e de primeira, a responder a um passe de Victor Costa.

A segunda parte abriu com novo sinal de perigo pelos azuis e brancos. O Marítimo tentava esboçar uma reação para sair a jogar, mas com poucos espaços dados pela equipa de Sérgio Conceição, que continuava assim a dispor de várias oportunidades para rondar as malhas da baliza maritimista. Mesmo assim, os madeirenses mostravam-se mais assertivos a defender, encaixando melhor no jogo adversário.

Sinal do crescimento do Marítimo no jogo, aos 69 minutos, a formação insular só não chegou à vantagem por um triz. Num lance de contra-ataque rápido, conduzido por Xadas na direita, André Vidigal recebeu o esférico só com Diogo Costa pela frente, mas o toque do irrequieto avançado levou a bola ao poste. Dois minutos depois, Vidigal tinha nova oportunidade para se isolar, mas valeu a excelente recuperação de João Mário.

Com o jogo num impasse, o FC Porto tentava o tudo por tudo para voltar à vantagem, mas sem grandes oportunidades evidentes à medida que se aproximavam os minutos finais. Com mais coração do que cabeça, a exibição portista teimava em não produzir efeitos práticos no segundo tempo, depois de uma primeira parte de bom nível. Em claro contraste, a etapa complementar ficava marcada pela recuperação do Marítimo que se mostrava muito mais assertivo e desafiante.

Os minutos finais eram frenéticos, de parte a parte com incursões ofensivas que acabavam por não ter a melhor sequência. Havia vontade, mas o marcador não mais se alterou, terminando o encontro com um empate a uma bola. O Marítimo estreou-se a pontuar pela primeira vez em casa nesta temporada, e o FC Porto perdeu pontos pela primeira vez, depois de ter apostado tudo na primeira parte.

RESUMO VÍDEO: