O Gil Vicente regressou, este domingo, às vitórias à custa do Marítimo, em partida da 10.ª jornada da Liga que ofereceu um bom espetáculo de futebol no Estádio da Madeira, na Choupana.

O triunfo dos minhotos, que interrompeu uma série de sete jogos sem vencer, deixou os madeirenses numa situação complicada, uma vez que a equipa de Julio Velázquez, que ainda conseguiu vencer em casa esta temporada, não ganha há oito partidas.  

A urgência de somar pontos por parte de ambas as equipas deixava antever um bom espetáculo, e os contendores não desiludiram neste particular. Ricardo Soares, que não pôde contar com o castigado Pedrinho, apostou em Matheus Bueno para ir a jogo como o terceiro elemento no meio-campo, à frente de Aburjania. Zé Carlos regressou à lateral direita. Quanto a Júlio Velázquez, promoveu a titularidade de Pedro Pelágio e de Ricardinho, por troca com Beltrame e Alipour.

O Marítimo até criou mais oportunidades ao longo da partida, mas também foi a equipa que mais errou, tanto na finalização como no capítulo defensivo. Pecados fatais ante um Gil Vicente que acabou por ser mais inteligente na gestão dos vários momentos do jogo e também mais capaz ofensivamente.

Bruno Xadas, logo aos 6 minutos, obrigou o guardião Frelih a grande defesa para canto, e a cobrança deste ofereceu a Leo Andrade a oportunidade para cabecear com muito perigo. A boa entrada do Marítimo prosseguiu com posse de bola e mais aproximações à baliza dos minhotos, com André Vidigal, aos 22, a levar a bola a passar junto ao poste direito das baliza minhota. 

Mas os minhotos também tinham o pensamento na vitória e na primeira resposta ao melhor período dos insulares, Leautey isolou-se aos 24 para rematar para a baliza após passar por Paulo Victor. Valeu que Leo Andrade cobriu rapidamente a saída do seu guardião e desviou para canto.

O Marítimo dominava mas acabou por ser surpreendido em nova transição rápida dos minhotos. Samuel Lino ganhou espaço no corredor esquerdo e cruzou rasteiro para o desvio de Fujimoto, que foi ter com o guarda-redes do Marítimo bem posicionado, mas este não segurou a bola e esta escapou-lhe das mãos para entrar na baliza. 

A equipa madeirense acusou o golo, o qual naturalmente galvanizou o Gil, que perante a evidente apatia dos verde-rubros, procurou a ameaçou em chegar ao segundo. 

A reação insular tardou em chegar, mas foi letal. Aos 43 minutos, Pedro Pelágio recebeu de Xadas, olhou para a baliza a uns bons 25 metros e rematou forte, para Frelih brilhar para a fotografia, cedendo canto. Logo a seguir, Xadas testou a meia distância, sem sucesso. 

Com o Gil impedido de sair do seu meio campo defensivo, Winck descobriu Xadas entre Talocha e Rúben Fernandes na grande área, e o jovem médio, após rodar na direção da baliza, disparou por entre as pernas do capitão do gilista e bateu o Frelih, que nada podia fazer. Já nos descontos, Edgar Costa disparou uma bomba que passou muito perto e deixando a impressão de que o guardião minhoto também ia ficar a ver…

Tudo em aberto aberto para a etapa complementar e com a promessa de continuação de um bom espetáculo. Assim aconteceu. Ameaçou primeiro o Marítimo, aos 48 minutos, e novamente por Xadas, com um pontapé espetacular que Frelih impediu de vir a ser um golaço com uma palmada fantástica. Cinco minutos depois, André Vidigal derivou da esquerda para o meio e rematou forte para nova boa intervenção do guardião minhoto.

Mas a reação do Gil foi mais eficaz. Aos 59 minutos, Fujimoto ficou muito perto do ‘bis’, mas atirou por cima depois de passar por Zainadine e Leo Andrade. Um pouco antes, Matheus Bueno, após receber entrelinhas, disparou em jeito levando o esférico a sair muito perto da baliza de Paulo Victor.

A pressão gilista acabou por chegar ao golo aos 67 minutos, na cobrança de um canto executado por Fujimoto, em que a defesa verde-rubra, ao não ser eficaz no alívio, permitiu que a bola sobrasse para Lucas Cunha, com o central a dominar no peito para depois disparar para o fundo da baliza do Marítimo, sem reação de Paulo Victor.

Já com o jogo partido, sucederam-se boas oportunidades para ambas as equipas. Entre os 69 e 71, Xabas rematou forte à entrada da grande área, levando a bola a passar muito perto do poste direito da baliza minhota. E André Vidigal, após nova incursão na área, falhou o desvio no cara a cara com Frelih. Mas foi o Gil Vicente a criar a melhor ocasião, com Léautey a rematar ao poste, após um belo passe de Samuel Lino.

Esperava-se mais do Marítimo na reta final, mas as poucas aproximações que conseguiu realizar à baliza minhota não passaram de intenções sem grande perigo. Confortável com a vantagem, o Gil Vicente foi gerindo o jogo e sem deixar de tentar chegar ao 3-1. Mas o resultado não se alterou e os minhotos levaram os três pontos num jogo bem disputado.